O Distrito Federal tem se consolidado como um importante polo produtor de café, e o consumo do produto tem se consolidado cada vez mais no coração dos brasilienses. Entrevistada ontem no CB.Agro, programa realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília, a professora de gastronomia do Instituto Federal de Brasília (IFB), Ana Paula Jacques Caetano explicou que melhorias e investimentos estão sendo feitos para que profissionais continuem evoluindo em relação ao cultivo, plantio e colheita do café. Para Ana Paula, o DF é beneficiado pela elevada altitude e pelo clima seco e chuvoso, que fazem o café ter mais qualidade.
Segundo a professora, os produtores locais vêm se destacando e ganhando importância no cenário cafeeiro do país, tanto a nível nacional quanto internacional. “Nossos produtores estão recebendo prêmios e sendo reconhecidos mundialmente”, disse Ana Paula. Mas o processo da cadeia evolutiva do café vai muito além disso, afirmou, e, no final, o importante é que o produto tenha qualidade para chegar aos mercados e para o consumidor. O café, lembrou a professora, é uma das commodities mais essenciais da produção agrícola brasileira, tendo em vista de que há muito tempo tem uma relação afetiva com a população.
Segundo Ana Paula, a produtividade anual de Brasília é quase o dobro da média nacional. E, apesar de o DF não ter um território tão grande de plantio, algo em torno de 500 hectares, o crescimento é cada vez mais nítido. “Quando a gente investir cada vez mais em pesquisa, assistência técnica no campo, profissionalização, pode ser um eixo estratégico para atuação profissional e mostrar que podemos levar a nossa cultura e identidade para todo mundo”, frisou.
Idealizado pela professora, com o IFB, o programa Mapa afetivo dos Cafés de Brasília é um projeto que começou há um ano. Segundo ela, cafeterias, fazendas e micro torrefadoras foram localizadas com a ajuda de uma rede colaborativa e de monitores do Instituto. A primeira edição ocorreu este ano e a resposta do público foi extremamente positiva. “Ficamos supercontentes com o retorno do público e das cafeterias. Podemos perceber jovens brasilienses empreendedores, que viram na cadeia produtiva do café uma oportunidade de dar dinâmica a outros lugares que não faziam parte deste circuito gastronômico”, disse.
O Mapa identificou mais de 60 estabelecimentos no Distrito Federal, como cafeterias, torrefadoras e produtoras. No projeto, também há quatro fazendas que produzem café orgânico e abastecem diversos estabelecimentos no Distrito Federal. De acordo com Ana Paula, além de profissionais do ramo, as fazendas recebem turistas. A mais tradicional, e também a que mais recebe visitas, se localiza no Lago Oeste. A expectativa é de que o programa tenha atualizações e novas edições, o que será importante para mapear novos lugares e identificar pontos com a ajuda do consumidor.
Os critérios para a inserção da cafeteria dentro do programa são simples e baseados na experiência final de quem os visita. “O critério é que o consumidor, além da experiência de usufruir do café e do local, tenha um rastreio com o produtor, identifique o grão do café para ter um olhar mais atento sobre a bebida, conheça e trajetória do grão à xícara, e possa se tornar mais consciente sobre esse processo”, explicou.
O Instituto Federal de Brasília também conta com o projeto Comida para pensar, também liderado pela Professora Ana Paula. É um laboratório de pesquisa e projetos que tem como proposta provocar reflexões sobre o papel do cozinheiro e do alimento no mundo contemporâneo.
*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo
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