O dólar abriu esta sexta-feira com viés de baixa, mas rapidamente passou a subir e renovou máxima na casa dos R$ 5,11 no mercado à vista. Os ajustes no câmbio ocorrem sob influência da aversão a risco no exterior e alta das commodities, além de pressão de investidores comprados em contratos cambiais (apostaram na alta das cotações).
Os "comprados" defendem uma Ptax mais forte de hoje, que será referência na segunda-feira (2/8) para os ajustes de contratos cambiais e resultados corporativos de fim de julho. Já os "vendidos" em contratos cambiais (apostaram na queda) se beneficiaram das perdas recentes, mas ainda estão em desvantagem ante os comprados porque o dólar acumula alta de 2,70% às 9h27.
Outro catalisador da correção de alta é a taxa de desocupação no Brasil, que subiu a 14,6% no trimestre encerrado em maio, acima da mediana esperada pelo mercado (14,5%), mas dentro do intervalo das projeções (de 14,2% a 15,2%). No trimestre até abril, a taxa de desocupação estava em 14,7%. Além disso, a renda média real do trabalhador piorou, ficando a R$ 2.547,00 no trimestre encerrado em maio, queda de 3,2% em relação a igual período do ano anterior, segundo o IBGE. Também a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 215,5 bilhões no trimestre até maio, recuo de 2,5% ante igual período do ano anterior.
Os ativos financeiros olham ainda para os riscos fiscais, diante da notícia de que o governo considera bancar o novo Bolsa Família com recursos fora do limite de despesas, conforme apurou o Broadcast/Estadão.
Às 9h27 desta sexta, o dólar à vista subia 0,57%, a R$ 5,1080. O dólar para setembro, mais negociado a partir de hoje, ganhava 0,57%, a R$ 5,1280.