Europa

Bolsas da Europa fecham em queda, com desaceleração da inflação e variante delta

Dados fracos nos Estados Unidos também contribuíram para uma piora no sentimento geral do mercado, acentuando a queda do petróleo e revertendo movimento das bolsas em Nova York, que passaram a cair.

As principais bolsas europeias fecharam em queda nesta sexta-feira, 16. dia marcado pela divulgação de dados na zona do euro e nos Estados Unidos. A inflação ao consumidor desacelerou no Velho Continente, enquanto as exportações recuaram. A variante delta da covid-19 continua sendo ponto de atenção na recuperação econômica do bloco. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,32%, a 454,74 pontos. Na comparação semanal, o recuo foi de 0,64%.
Dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro foram divulgados mais cedo. Na comparação anual, o CPI de junho subiu 1,9%, ficando um ponto porcentual abaixo do mês de maio. Na base mensal, o avanço foi de 0,3%. Ambos os índices se mantiveram dentro da previsão de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal. Na análise da Pantheon Economics, a queda na inflação é temporária, mas deve se manter nos dados do próximo mês, antes de um aumento acentuado no restante do ano.
Também pela manhã, a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, anunciou que as exportações na zona do euro caíram 1,5% em maio, no quinto recuo mensal consecutivo. O resultado sinaliza que o comércio internacional segue em ritmo fraco, mesmo com o relaxamento de medidas para controle da pandemia. Dados fracos nos Estados Unidos também contribuíram para uma piora no sentimento geral do mercado, acentuando a queda do petróleo e revertendo movimento das bolsas em Nova York, que passaram a cair.
Em Paris, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,51%, a 6.460,08 pontos, com baixa de 1,06% na semana. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,33%, a 24.792,78 pontos, caindo 1,03% na comparação semanal.
A cepa delta da covid-19 segue sendo uma preocupação na Europa. Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que irá reavaliar as proibições para viajantes da Alemanha e de outros países europeus, o que pode mudar o cenário de mobilidade de pessoas. Na próxima segunda-feira, 19, o Reino Unido irá remover suas últimas restrições ligadas à pandemia, o que deve ser monitorado por acionistas.
Ainda no Reino Unido, após a aceleração da inflação em junho, a Capital Economics antecipou a previsão para o início do aperto monetário pelo Banco da Inglaterra (BoE). A consultoria prevê que a mudança ocorra em agosto de 2023, não mais em fevereiro de 2024.
Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 0,06%, a 7.008,09 pontos, com baixa semanal de 1,60%. Em Frankfurt, o DAX recuou 0,57%, a 15.540,31 pontos, caindo 0,94% na semana.
Na próxima semana, o mercado europeu se concentrará na decisão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Analistas do JPMorgan dizem esperar novas orientações e uma promessa de transição suave do apoio de emergência à pandemia para uma postura de política monetária nesse "novo normal". "Esperamos mais palavras do que ação, no entanto", afirmam.
Nas bolsas ibéricas, o índice PSI 20, de Lisboa, caiu 1,58%, a 5.030,02 pontos, terminando na mínima do dia e com queda semanal de 2,76%. Já o IBEX 35, de Madri, recuou 0,24%, a 8.506,20 pontos, perdendo 3,08% na semana, com uma onda de casos da covid-19 na Espanha ameaçando a retomada local, sobretudo o setor de turismo.