O setor de serviços cresceu 1,2% em maio, após alta de 1,3% de abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado acumulado de 2,5% nesses dois meses, no entanto, foi insuficiente para reverter a perda de 3,4% observada em março, quando eram maiores as restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais por conta da segunda onda da covid-19 no país. O setor, porém, recuperou o patamar de fevereiro de 2020, ficando 0,2% acima do nível pré-pandemia.
A alta reflete a melhora na atividade, devido ao avanço da vacinação, principalmente. O IBGE destacou que o setor de serviços ainda se encontra 11,3% abaixo do recorde histórico de novembro de 2014, e 9,2% aquém do patamar de dezembro de 2019.
O desempenho do setor, além disso, foi bastante desigual. Três das cinco atividades investigadas pelo IBGE, cresceram em maio. Entre os destaques ficaram os segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com alta de 3,7%, e o de serviços prestados às famílias, com elevação de 17,9%. Com menor impacto no índice geral, vieram os serviços profissionais, administrativos e complementares, com avanço de 1%. Em contrapartida, informação e comunicação (-1,0%) e os outros serviços (-0,2%) foram os resultados negativos do mês.
No ano, o setor de serviços acumula alta de 7,3%, com crescimento em quatro das cinco atividades pesquisadas. O mais relevante em termos de geração de emprego, o setor de serviços prestados às famílias, continua no campo negativo.
Em 12 meses encerrados em maio, o volume de serviços caiu 2,2%. Na comparação interanual, houve crescimento de 23%, terceira taxa positiva, e a mais elevada da série histórica iniciada em 2012. Houve avanço em todas as atividades pesquisadas. É bom lembrar que a base de comparação — maio de 2020 — é muito baixa.
De acordo com o economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, Eduardo Velho, o dado de maio foi positivo e ajudou a antecipar o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre com viés favorável. “A alta veio acima das expectativas, com a ressalva que a taxa de abril foi revisada para cima em 0,6 ponto percentual, para 1,3%. Sinal positivo para o crescimento da economia, pois o peso do setor de serviços estaria em torno de 72% a 74% do PIB”, destacou Velho.