Dólar

Juros: taxas futuras iniciam sessão sem convicção e acompanham variação do dólar

A sessão será de normalização da liquidez e volume de negócios com a volta do feriado nos EUA, onde os mercados funcionam normalmente.

A cena política com Jair Bolsonaro no alvo direto ou indireto de denúncias de corrupção e irregularidades continua pesando sobre os preços domésticos nesta terça-feira, 6, dia de leilão de NTN-Bs pelo Tesouro Nacional. A sessão será de normalização da liquidez e volume de negócios com a volta do feriado nos EUA, onde os mercados funcionam normalmente.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram praticamente com viés de alta ao longo de toda curva, marcaram mínimas com o dólar em queda no mercado cambial local - com viés de baixa nos vencimentos curtos - e voltaram a marcar máximas em alta. A fala do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) à rádio Jovem Pan, de que nada justifica abertura de processo de impeachment, contribuiu para as mínimas da divisa dos EUA, que tem sinais mistos no exterior mas sobe perante divisas fortes (Dollar Index).
O movimento de baixa em alguns DIs logo foi revertido no câmbio e nos juros, que marcavam máximas às 9h12. O DI para janeiro de 2025 foi a 8,30% no maior valor intraday ante 8,23% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2023 marcava 7,21% ante 7,17% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2022 estava em 5,755% no horário citado, mesma taxa no ajuste de ontem, ante 5,760% na máxima intraday e 5,74% na mínima do dia.
Também pesa na curva de juros futuros, que voltou a precificar aumento de 100 pontos-base da Selic em agosto, o reajuste dos preços dos combustíveis pela Petrobras, principalmente o da gasolina, o que motivou ajustes nas projeções para o IPCA do ano. O aumento do diesel surpreendeu os caminhoneiros que, segundo representantes, farão greve no dia 25 de julho. No mercado internacional, o petróleo segue em alta e marcando os maiores valores dos últimos anos.
Ontem, o governo anunciou a prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses - agosto, setembro e outubro. Os valores serão os mesmos (de R$ 150 a R$ 375), assim como o alcance em termos de público. Por um lado, a prorrogação do auxílio emergencial pode reforçar o ritmo de recuperação econômica, sobretudo neste momento de receio com uma nova onda de covid-19 em razão da variante Delta. Na noite de segunda-feira, a Prefeitura de São Paulo informou que identificou o primeiro caso de contaminação por essa variante na cidade. A Delta inflou o número de novos casos na África do Sul, nos EUA e justifica a previsão de 100 mil novos casos diários no Reino Unido.
Com a prorrogação do auxílio emergencial, a equipe econômica e o Ministério da Cidadania ganham tempo para estruturar o 'novo' Bolsa Família, cuja reformulação foi prometida para novembro. O Planalto havia afirmado que o valor seria de R$ 300, surpreendendo inclusive os técnicos do Ministério da Economia, visto que o desembolso não cabe no teto atual. Atualmente, o valor médio do Bolsa Família é de R$ 192.
Do noticiário político, a atenção estará hoje na CPI da Covid e na discussão da reforma tributária, que continua gerando críticas do empresariado. Na CPI, os senadores ouvem nesta terça a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos da pasta que autorizou a compra da Covaxin. A expectativa com o depoimento é sobre possíveis revelações sobre eventuais beneficiados com a compra supostamente superfaturada da vacina indiana.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 4,2 pontos na passagem de maio para junho, para 87,6 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador alcançou o maior nível desde fevereiro de 2020, quando estava em 92,0 pontos.