CAGED

Emprego: Brasil abre mais de 309 mil vagas de trabalho em junho

Saldo positivo é resultado do maior número de admissões (1.601.001) e menor volume de desligamentos (1.291.887) no mês. Setores de serviços e comércio foram os que mais empregaram

Fernanda Fernandes
postado em 29/07/2021 12:25 / atualizado em 29/07/2021 13:06
 (crédito:  Marcello Casal Jr/Agencia Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil)

O Ministério da Economia divulgou, nesta quinta-feira (29/7), o relatório do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referente ao mês de junho. De acordo com o documento, o número de trabalhadores celetistas no Brasil cresceu no mês passado, com saldo positivo de 309.114 novos vínculos. 

Se por um lado o número de admissões foi elevado, com 1.601.001 de vagas preenchidas, o de desligamentos também não ficou atrás, com 1.291.887 de pessoas demitidas. No acumulado de 2021, o Cadastro contabilizou 40.899.685 de vínculos. No macro, porém, o número de admissões se destaca. De acordo com o Novo Caged, este ano (até junho), o sistema registrou cerca de 1,5 milhão de novos empregos, decorrente de 9,5 milhões de admissões e de 8 milhões de desligamentos.

Com salário médio de R$ 1.806,29, os setores de serviços e o de comércio foram os que mais empregaram, sendo a maior concentração de oportunidades, mais de 67 mil vagas, nas atividades de informação, comunicação, financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o crescimento do trabalho formal, especialmente nesses dois setores, demonstra a retomada do país após a economia ser “golpeada” pela pandemia do novo coronavírus.

“Mergulhamos no desemprego aberto, mas reagimos, retomando o crescimento da economia e criando novos empregos em ritmo acelerado. O comércio e o setor de serviços, que foram as grandes vítimas e sentiram mais impacto da pandemia, agora estão liderando a retomada e são os setores que geram mais empregos”, disse durante coletiva de imprensa.

Regiões

De acordo com o Caged, todas as regiões brasileiras apresentaram saldo positivo de empregos, com destaque para as regiões Norte e Centro-Oeste, que tiveram, respectivamente, 1,17% e 1,02% de crescimento no último mês. “Todas as unidades da Federação continuam criando empregos. Estamos criando quase 1 milhão de empregos a cada 3 ou 4 meses, à medida que a vacinação em massa avança no país, o retorno seguro ao trabalho está ocorrendo”, disse Guedes.

Segundo o Ministério da Economia, desde 2020, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que unifica e simplifica a prestação de informação por parte das empresas. Contudo, a obrigatoriedade de envio das informações por meio do Caged permaneceu para órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas.

Embora a maior parte das empresas esteja obrigada a declarar o eSocial, o Ministério informa que muitas deixam de prestar informações de desligamentos ao sistema. “Para viabilizar a divulgação das estatísticas do emprego formal durante esse período de transição, vem sendo feita a imputação de dados de outras fontes”, diz nota técnica do órgão.

"Encargos provocam desemprego"

Ainda durante a coletiva de imprensa, o ministro Paulo Guedes criticou o sistema de legislação trabalhista brasileiro. Para Guedes, os encargos trabalhistas da forma como são cobrados hoje são uma “arma de destruição em massa” de empregos.

“Os encargos são responsáveis por esse desemprego aberto de milhões de brasileiros, que estão excluídos do mercado formal de trabalho. Devemos a essas pessoas a carteira verde e amarela, todo mundo tem direito de trabalhar. Temos um sistema obsoleto, anacrônico e destruidor de empregos", criticou o ministro. Segundo Guedes, para cada brasileiro celetista, outro está desempregado.

“Custa muito criar um emprego no Brasil. Custa o dobro do que recebe o assalariado. Em qualquer país do mundo, o trabalhador leva 80 % do valor total, no Brasil ele fica com a metade. (Por isso) Para cada um que consegue emprego no mercado formal outro fica desempregado”, ressaltou.

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