CARESTIA

Inflação deve continuar pressionada

Fernanda Strickland
postado em 27/07/2021 00:40

O mercado financeiro voltou a elevar as projeções para a inflação deste ano, pela 16ª semana consecutiva, desta vez de 6,31% para 6,56%. A nova previsão consta da pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central entre economistas de um grupo regular de instituições financeiras. Para especialistas, o resultado de julho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, influiu na alta das expectativas. O indicador subiu 0,72%, bem acima do esperado, na maior variação para o mês desde 2004.
Na pesquisa, divulgada ontem, a mediana das expectativas do IPCA para 2022 ficou em 3,80%. Com a maior estimativa para a inflação, o mercado subiu, também, a previsão para a taxa básica de juros, a Selic em 2021, que foi 6,75% para 7% ao ano. A mediana das expectativas da Selic para 2022 ficou em 7,00%.

O economista autônomo Hugo Passos explica que a pressão dos preços deve continuar. “Os riscos no mercado mundial subiram, a taxa de câmbio ainda está pressionada e as commodities, em alta. Vale lembrar que a energia também deve puxar a inflação, devido à crise hídrica. O Copom está acompanhando de perto a inflação, então deve manter uma política monetária contracionista”, disse. “Por isso, observamos um aumento na expectativa da taxa de juros em 2021”, explicou.

Para a economista Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, o resultado do IPCA-15 mostrou uma inflação mais persistente do que se previa, “muito por conta do reajuste dos preços administrados, principalmente energia elétrica e combustíveis”. “É uma pressão realmente de oferta. A Reag projeta que, para julho, o IPCA ‘cheio’ deve vir bem salgado, com 0,94% levando o acumulado de 12 meses bem próximo a 9%”, afirmou. De acordo com Simone, as pressões de preços devem se estender em agosto e setembro ainda, por conta ainda de vetores como a crise hídrica. A Reag projeta o fechamento do ano com o IPCA em 7,10% .

*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo

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