O Brasil é responsável por cerca de 70% da produção mundial de maracujá, com plantações do Rio Grande do Sul a Roraima, principalmente, devido ao comportamento adaptável do fruto a diversas condições de solo e clima, como conta Fábio Faleiro, pesquisador e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, em entrevista, nesta sexta-feira (9/7) ao CB.Agro, programa do Correio Braziliense e da TV Brasília.
“Consideradas as práticas de manejo, por meio da ciência, é possível você adaptar, cultivar variedades e produzir em todos os biomas brasileiros com eficiência e viabilidade econômica. É muito importante o produtor ter sua rentabilidade, é isso é que vai estimular novos produtores a investir na produção de maracujá, e nós temos tecnologia para isso”, disse Faleiro.
Além de produzir muito, o Brasil também consome maracujá em grande quantidade. A fruta também é utilizada em vários setores, como na indústria de cosméticos. A produtividade média de maracujá no país é de 14 toneladas por hectare, porém varia de produtor para produtor, dependendo dos recursos usados para otimizar a produção.
“Tem produtor que consegue 5 toneladas por hectare, tem produtor que consegue 60 toneladas por hectare. Com o plantio em estufa,é possível conseguir mais de 100 toneladas por hectare. O produtor que usa tecnologia no sistema de manejo consegue altas produtividades, e isso implica maior rentabilidade”, explicou Fábio Faleiro.
Maioria dos produtores é de pequeno porte
No Brasil existem cerca de 50 mil produtores de maracujá e a Bahia é o estado que produz em maior quantidade. Em sua maioria, os produtores são de pequeno porte e trabalham na agricultura familiar. Segundo Fábio Faleiro, o setor de fruticultura viabiliza economicamente pequenas propriedades.
“Temos vários exemplos de sucesso, por exemplo, de assentados de reforma agrária. Apesar de terem baixa capacidade de investimento, começam aos poucos e vão aumentando, é uma cultura bem versátil com relação ao perfil dos produtores”, disse o pesquisador.
Apesar da grande produção, o Brasil não é um dos maiores exportadores da fruta. Países como Peru e Equador são fornecedores de polpa concentrada para a Europa e os Estados Unidos.
“A cultura tem várias possibilidades de comercialização. O produtor pode entregar o fruto para ser processado na indústria, que produz a polpa que pode ser comercializada de forma integral ou pode ser concentrada para exportação. Esse é o mercado da polpa. Temos também o mercado da fruta fresca: em todo supermercado, grande ou pequeno, você tem a gondola de maracujá. As centrais de abastecimento, as Ceasas, também absorvem essa produção”, explicou.
Em média o Brasil movimenta cerca de R$ 1 bilhão na produção de maracujá. Segundo o pesquisador da Embrapa, com relação à rentabilidade, se um pequeno produtor consegue em 1 hectare produzir 30 toneladas, e vendendo a produção por R$ 2 reais o quilo, obtém R$ 60 mil reais por hectare, por exemplo.
O Distrito Federal é referência em produtividade, a maior média do Brasil. “O produtor do DF consegue alta produtividade, próximo de 30 toneladas por hectare, porque utiliza tecnologia, e o DF tem uma boa assistência técnica. A Emater-DF é uma empresa muito eficiente, que pegam a tecnologia desenvolvida pela pesquisa e a leva até o produtor", disse Faleiros.
*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo
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