Mais de 100 entidades dedicadas a investimentos pediram nesta quarta-feira (6/7) a grandes bancos de todo o mundo, como o JPMorgan e o Deutsche Bank, que façam mais contra as mudanças climáticas, principalmente deixando de financiar projetos ligados ao carvão.
Esses gestores de ativos sugeriram que poderiam apoiar resoluções que obriguem os bancos a agir de forma mais decisiva ou votar contra a reeleição de seus diretores, por exemplo.
Um total de 115 grandes investidores, que somam 4,2 trilhões de dólares em ativos, como as gestoras Aviva Investors, Fidelity e M&G, enviaram uma carta a 63 bancos, incluindo o Standard Chartered, segundo um comunicado da ONG ShareAction.
Os investidores solicitam que eles intensifiquem suas medidas para proteger o clima e a biodiversidade, devido ao papel fundamental que desempenham por meio de financiamentos e, em particular, antes da próxima conferência climática da ONU, COP26, que será realizada em novembro, na cidade escocesa de Glasgow.
A medida principal seria interromper o financiamento do carvão até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e até 2040 nos demais. Os investidores esperam, ainda, que os bancos anunciem antes da COP26 que irão parar de financiar empresas com novos projetos ligados ao carvão.
A carta também pede aos bancos que se alinhem ao cenário que busca limitar o aquecimento global a 1,5ºC, o que já levou a Agência Internacional de Energia a recomendar que o setor de petróleo encerre todos os projetos de exploração.
Sobre a biodiversidade, os investidores querem que os bancos se comprometam a identificar e divulgar seu impacto e a estabelecer metas nessa área até 2024. As empresas signatárias esperam uma resposta até 15 de agosto, que deve incluir as medidas previstas a curto prazo para enfrentar os diversos desafios.
A falta de progresso “poderá ser levada em conta nas assembleias de acionistas de 2022, quando as deliberações forem votadas”, alertam. "Os investidores querem ação agora, e os bancos que não responderem podem esperar sérios problemas em futuras assembleias gerais", prevê Jeanne Martin, da ShareAction.
Foi o que aconteceu em maio, quando os acionistas da ExxonMobil e da Chevron votaram para forçar as empresas de petróleo a fazer mais para combater as mudanças climáticas.
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