Dólar

Dólar sobe com exterior à espera de discursos de Campos Neto, Fed e BCE

Há temores globais com a nova cepa da covid-19 e expectativas pela agenda forte a de indicadores e eventos na semana, com destaque para o relatório do mercado de trabalho dos EUA.

O dólar opera em alta, alinhado à tendência no exterior, com investidores à espera de novas pistas sobre a inflação. São esperados hoje discursos do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento virtual aberto à imprensa, às 15 horas. Nos EUA, devem falar os dirigentes regionais do Federal Reserve, John Williams (de Nova York, vota, às 10 horas) e Patrick Harker (Filadélfia, não vota, às 12 horas), além do vice-presidente para Supervisão Randal Quarles (vota, às 14h10). Também está previsto discurso do vice-presidente do BCE, Luis de Guindo (11 horas).
Há temores globais com a nova cepa da covid-19 e expectativas pela agenda forte a de indicadores e eventos na semana, com destaque para o relatório do mercado de trabalho dos EUA (payroll) na sexta-feira.
No Brasil, o investidor monitora os desdobramentos das denúncias de corrupção na compra de vacina Covaxin pelo governo federal. O depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid, na última sexta, deve levar o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a apresentar uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR), por prevaricação.
No exterior, o enfraquecimento do euro nesta manhã fornece apoio à moeda americana, de olho em comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). Há pouco, o dirigente Robert Holzmann reforçou que a autoridade monetária pretende encerrar o programa de compras de ativos em março de 2022, conforme previsto. Há cautela ainda em meio a preocupações com os últimos desdobramentos da covid-19, em especial a variante conhecida como "delta". Os mercados globais aguardam ainda a votação pelo Congresso americano do pacote de infraestrutura do governo Biden.
A bolsa de Frankfurt se fortaleceu na última hora, apoiada no salto anual dos preços de importação da Alemanha de 11,8% em maio - o maior aumento desde outubro de 1981 e reforçando preocupações com a tendência de alta da inflação na Europa. O resultado se deve basicamente ao custo de importações do setor de energia, que dobrou de maio de 2020 para maio deste ano, devido à fraca base de comparação, uma vez que os preços despencaram em maio do ano passado em meio aos efeitos da pandemia de covid-19. Já os preços das exportações alemãs tiveram alta anual de 4,2% em maio. A tendência de alta da inflação na zona do euro tem alimentado temores de que o Banco Central Europeu (BCE) possa ser forçado a retirar suas agressivas medidas de estímulos mais cedo do que se imaginava.
Às 9h21, o dólar à vista subia 0,42%, a R$ 4,9574. O dólar futuro para julho ganhava 0,46%, a R$ 4,9575.