O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre a os aspectos de sanidade, rastreabilidade e ações de combate ao desperdício de alimentos, durante debate do 1º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), nesta quinta-feira (17/6).
Na ocasião, Guedes afirmou que as exportações do Brasil, durante a pandemia do novo coronavírus, tiveram queda para vários países, mas subiram para a Ásia. “As exportações do Brasil caíram de 20 a 30% para a Europa, 30% para os Estados Unidos, 40% para nossos parceiros da América Latina, mas subiram 40% para a Ásia, principalmente para a China, o que nos manteve com os sinais vitais funcionando”.
Para o ministro, existe excesso de produção de alimentos no Brasil, que gera desperdício em todas as etapas da cadeia de produção e distribuição de alimentos, e que torna necesária a implementaçao de mais ferrovias, cabotagens e marcos regulatórios, “que o governo está querendo modernizar”.
“Precisamos de toda a estrutura e capacidade logística para tansportar todo esse excesso de produção para países mais distantes”, afirmou.
Prato cheio
Para Guedes, também é necessário mudar a “cultura” do desperdício alimentar no país que, segundo ele, é presente, desde a produção e transporte dos alimentos, até a distribuição nos supermercados e na mesa do brasileiro. Em comparativo com a Europa, o ministro afirmou que o “prato” dos europeus é “relativamente pequeno”, enquanto, no Brasil, a cultura é a de encher o prato e desperdiçar.
“Aqui, no Brasil, fazem almoço com uma sobra enorme e isso vai até o final, que é a refeição em excesso”, disse, referindo-se aos restaurantes. Para o ministro, são necessários investimentos em políticas sociais que permitam incorporar a população mais “frágil e vulnerável” na cadeia produtiva e amparar aqueles que não puderem ser integrados.
“É preciso utilizar esses excessos, por meio de políticias sociais, para alimentar pessoas fragilizadas. É muito melhor que descartar essa comida toda”, disse.
Além de Guedes, outros nomes compuseram o debate, entre eles os ministros Tereza Cristina (Agricultura), João Roma (Cidadania) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).