A indústria da construção gerou R$ 288 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2019, sendo R$ 273,8 em obras e/ou serviços (95,1%) e R$ 14,2 bilhões em incorporações (4,9%), aponta a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), divulgada nesta quinta-feira (17/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a construção de edifícios avançou de 39,1% para 44,2% no período. A maior alta foi em serviços especializados para construção: de 16,8% para 23,6%. O ramo da construção tinha 125,1 mil empresas ativas em 2019. Houve pequena alta (mais 481 empresas) frente a 2018, a primeira desde 2015. Já em relação a 2010, o número de empresas do setor cresceu 61,4%.
Em 2019, a indústria de construção empregava 1,9 milhão de pessoas, com alta de 1,7% em relação a 2018, primeiro resultado positivo desde 2014. No entanto, de 2010 a 2019, o setor perdeu 22,5% de seus postos de trabalho (ou 554,1 mil trabalhadores a menos). No decênio analisado, o auge da ocupação foi em 2013, com 2,968 milhões de trabalhadores. De 2013 a 2019, a perda de postos de trabalho chegou a 35,9% (menos 1,1 milhão).
Ainda em 2019, a maior parte (35,3%) dos trabalhadores da construção estava nos Serviços especializados para construção. Essa participação era de 25,3% em 2010, a menor entre as três atividades do setor.
O IBGE destaca que os três setores da indústria da construção contribuíram, em 2019, com os seguintes montantes em valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção: Construção de edifícios (R$ 127,3 bilhões), Obras de infraestrutura (R$ 92,8 bilhões) e Serviços especializados para construção (R$ 67,9 bilhões).
De 2010 para 2019, entre as principais mudanças estruturais verificadas está a perda de espaço das Obras de infraestrutura, cuja participação passou de 44,1%, em 2010, para 32,2%, em 2019. A perda de relevância começou em 2012 e foi compensada pelo avanço do segmento de construção de edifícios, que assumiu a liderança, com 44,2% do valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção em 2019. Serviços especializados para construção ficou na terceira colocação, mas foi o que mais ganhou participação ao longo da década: mais 6,8 p.p., passando de 16,8% para 23,6%.
Região Sul foi a que mais cresceu
Na análise de empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas, entre 2010 e 2019, a região Sudeste permaneceu liderando em participação (49,6%) no valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção. Porém, houve uma mudança estrutural relevante: a Região Sul (18,0%) ultrapassou o Nordeste (17,5%) e passou para a segunda posição no ranking. O Centro-Oeste (8,9%) e o Norte (6,0%) permaneceram na quarta e quinta posições, respectivamente.
O setor mostra progressiva desconcentração regional, com redução nas participações do Sudeste, Nordeste, Norte e do Centro-Oeste em favor da Região Sul.
O Sudeste ocupava 49,3% dos trabalhadores da construção em 2019. Em 10 anos, o Nordeste foi a região com a retração mais intensa na sua participação de mão de obra (3,0 p.p.), que caiu de 22,7% para 19,7%, acompanhando o movimento de redução na participação do valor gerado em obras no período.
O Norte também perdeu participação, caindo de 7,0% para 5,6%. O Sul teve o maior avanço (3,9 p.p.) entre 2010 e 2019, com sua participação na ocupação do setor passando de 13,4% para 17,3%, enquanto a participação do Centro Oeste manteve-se praticamente estável: 8,3%, em 2010, e 8,1%, em 2019.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro