A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) bateu recorde de fechamento, pela segunda vez consecutiva, ontem, ao encerrar em alta de 0,52%, aos 126.216 pontos. Com isso, a B3 acumulou elevação de 6,16% em maio, o maior ganho mensal desde dezembro de 2020. É o terceiro mês consecutivo em que o principal índice da B3 fecha em alta. No ano, o índice sobe agora 6,05%. Grande parte desse avanço se deve à presença de investidores estrangeiros.
Chamaram atenção, ontem, os ganhos das mineradoras (Vale ON, 2,86% e Usiminas, 1,33%), apoiados pela alta de 4% do minério de ferro na China, que reaproximou a tonelada da linha de US$ 200. O resultado também foi sustentado pelas ações do setor de energia, que tem se valorizado na esteira da crise hídrica — um movimento que favorece as operadoras de termelétricas. Com isso, Cosan subiu 6,61% e Eneva, 4,59%.
Somente no último dia 27 de maio, investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,782 bilhão no mercado acionário brasileiro. Trata-se do segundo maior aporte diário do mês. Assim, o saldo positivo de fluxo externo em maio chegou a R$10,8 bilhões, segundo a B3. No acumulado de 2021 o saldo líquido ficou positivo em R$ 30,02 bilhões.
O professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mauricio Weiss, explica que o aumento reflete a procura, pelo investidor externo, de ações relativamente baratas quando considerados os valores em dólar. “O real caiu muito desde 2019. Isso chamou de volta aqueles investidores avessos ao risco”, afirmou.
Além disso, ponderou, comparado a outros países emergentes, o Brasil apresenta um mercado de maior liquidez e profundidade, além de possuir mais variedade de aplicações financeiras. “Quando os investidores têm maior apetite pelo risco, e estão mais otimistas, o real acaba sendo uma boa alternativa”, explicou.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo Com Agência Estado
Guedes prevê dívida menor
O ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que Eletrobras e Correios serão privatizadas neste ano, ajudando o governo a reduzir a dívida pública bruta para 85% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro. “Diziam que a dívida chegaria a 100% no ano passado, mas não chegou a 90%. Neste ano, deve cair para 85%”, afirmou Guedes durante evento para investidores organizado pela Apex Brasil. A dívida pública bruta é um dos principais indicadores levados em conta pelos investidores. Ontem, o Banco Central informou que ela estava em 86,7% no fim de abril.