FUNCIONALISMO

Economia: Guedes ligou para Pacheco para dizer que Bolsonaro apoia reforma administrativa

De acordo com o Ministério da Economia, a ligação foi feita no fim da tarde para reforçar o apoio presidencial à reforma nas regras do funcionalismo público

Após o Broadcast apurar que Paulo Guedes disse a Rodrigo Pacheco, na semana passada, que o presidente Jair Bolsonaro não apoia a reforma administrativa e não vai trabalhar pela aprovação da proposta, o ministro da Economia ligou para o presidente do Senado para dizer que, sim, o chefe do Planalto apoia as mudanças.
De acordo com o Ministério da Economia, a ligação foi feita no fim da tarde para reforçar o apoio presidencial à reforma nas regras do funcionalismo público. Questionada pela reportagem sobre o motivo de Guedes ter dito na semana passada a Pacheco que Bolsonaro não apoiava as mudanças, a Economia disse apenas que "esse assunto já foi superado quando Bolsonaro deu o aval para o envio da proposta ao Congresso Nacional".
Como mostrou o Broadcast mais cedo, apesar de, publicamente, estar em "campanha" pela aprovação da reforma administrativa, Guedes confidenciou a Pacheco que Bolsonaro não quer a aprovação da proposta que muda as regras para o funcionalismo público brasileiro e não trabalhará por ela.
De acordo com fontes, isso foi dito por Guedes em encontro com Pacheco na semana passada, o que motivou declarações do presidente do Senado dadas nesta segunda-feira questionando o comprometimento do governo com a reforma.
Mais cedo, Pacheco disse em evento que "há compromisso absoluto" do Legislativo com o andamento da proposta, porém ele demonstrou preocupação com a possibilidade de esvaziamento do texto.
"Há o compromisso do Poder Executivo com a Reforma Administrativa? Esse é um questionamento que precisamos fazer e ter clareza nessa discussão junto à Casa Civil, à Secretaria de Governo e à própria Presidência da República: se há vontade de fazer uma reforma administrativa em um ano pré-eleitoral ou não", afirmou. "Para que não tenhamos uma concentração de energia que será esvaziada em razão de uma iniciativa do governo para não votar. Quero crer que isso não acontecerá, mas é um diálogo que precisamos ter com o governo federal", destacou Pacheco.