O mercado aéreo tenta recuperar o volume de voos perdidos com a pandemia de coronavírus. Com as regras de distanciamento social, o setor enfrentou a pior crise de todos os tempos, chegando a registrar queda de 94,5% na demanda, em abril de 2020.
De acordo com o Jorge Arruda, presidente da Operadora dos aeroportos de Brasília e Natal - Inframérica, apesar de apresentar crescimento nos últimos meses, as companhias aéreas ainda operam com números bem abaixo do normal, e a retomada plena do cenário pré-pandemia pode demorar até dois anos.
“No Aeroporto Internacional de Brasília, por exemplo, estamos operando com cerca de 50% da demanda anterior. A gente espera um crescimento acelerado até o final deste ano e operar com 80% ou 90% do volume de 2019. Mesmo assim, deve demorar dois anos para observarmos uma retomada plena e um crescimento a partir dai”, disse Jorge Arruda ao Correio, durante solenidade do voo inaugural da Itapemirim Transportes Aéreos — ITA, nesta terça-feira (29/06), em Brasília.
Entre os fatores para crescimento do setor aéreo em meio à crise sanitária, Arruda destaca o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 e a promessa de elevação do turismo, com a retomada da economia.
“A vacinação é o fator mais importante, mas o turismo brasileiro também tem uma perspectiva muito boa de crescimento, e o setor aéreo, como qualquer área de infraestrutura, está muito relacionado ao PIB”, afirmou.
Já entre os obstáculos para a retomada do setor, o presidente menciona a incerteza sobre o retorno dos “passageiros de negócios” — que utilizam o transporte aéreo a trabalho. As dúvidas em relação ao impacto da covid nos negócios dificultam uma projeção mais exata de crescimento de mercado.
“A média brasileira de passageiros de negócios é 30%, sendo maior em alguns aeroportos. Hoje não há como saber de que maneira a aceleração do uso de ferramentas de videoconferência afetará o volume desses passageiros após a pandemia”, destacou.
Voo inaugural
A Itapemirim Transportes Aéreos — ITA inaugurou, nesta terça-feira, o seu primeiro voo, em solenidade no Aeroporto Internacional de Brasília. Criada em junho de 2020, no auge da crise no setor aéreo, a operação da companhia foi aprovada e outorgada pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, em maio deste ano. A ITA, que integra o Grupo Itapemirim, irá operar voos comerciais para 35 destinos do Brasil, a partir de julho e, em um futuro breve, deve integrar transportes aéreo e terrestre em um só pacote.
“Quando o avião decolou, relembrei os quatro anos de planejamento e sofrimento. O sentimento é de vitória, dever cumprido e satisfação em colocar uma empresa aérea funcionando em meio a uma pandemia”, disse Sidnei Paiva, presidente do Grupo Itapemirim, durante o evento.
Para Jorge Arruda, mesmo com a pandemia, a ITA escolheu um bom momento para entrar no mercado aéreo, devido à retomada do setor. “O cenário é bom para que a companhia encontre o nicho de mercado dela, especialmente pela combinação de aviação e ônibus, que é muito potente. Esse modelo de negócio diferenciado vai favorecer muitas cidades do Brasil que não têm e, dificilmente terão, aeroportos comerciais”, afirmou o presidente da Inframérica.
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