O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu três recados ao mercado, durante o anúncio da divulgação da arrecadação das receitas federais que chegou a níveis históricos em maio. Ele destacou, primeiro, que vai reduzir a tributação sobre as empresas, desde já, em 2,5 p.p., e prometeu que pretende que a queda na cobrança de tributos para o empresariado chegue a 5 p.p., em 2022. “Estamos refazendo nossos cálculos para ver se isso é possível”, disse. “Pela primeira vez em 20 anos, vamos reduzir impostos sobre as empresas”, enfatizou.
Guedes ressaltou, em segundo lugar, que, na segunda fase da reforma tributária, que está em tramitação no Congresso, vai permitir o início da tributação sobre dividendos em 20%, que foi retirada há 25 anos. A alíquota de 20% é considerada baixa por ele, porque nos países desenvolvidos, de acordo com o ministro, essa taxação está entre 25% e 30%. “A desculpa (para não contestar a cobrança de impostos dos lucros) é de que já se paga na empresa. Por isso, o rico fica mais rico”, pontuou.
Usando as já tradicionais frases de efeito, Guedes voltou a dizer que quer tirar o “Estado do cangote do empresário” e a criticar gestões anteriores. “Por 40 anos, nenhum governo teve coragem de reduzir os impostos para as empresas. E não temos compromisso com o erro. Esse governo vai cobrar imposto sobre os mais ricos e desafogar as empresas ”, reafirmou. Ele explicou que a taxação sobre as empresas tem que ser baixa porque elas são “a engrenagem” do desenvolvimento. E como o Brasil é um país de renda baixa, disse, não consegue, pela alta tributação, que chega a 33%, sair da armadilha do baixo crescimento.
Para os contribuintes pessoa física, “massa de cerca de 33 milhões de trabalhadores que pagam Imposto de Renda”, a queda na taxação será de 20%. “Se tributa o trabalhador de renda mais baixa porque é mais fácil”, já que o desconto é na fonte, na folha de pagamento. Guedes lembrou que a economia, depois dos impactos da pandemia do coronavírus, voltou em V (queda rápida e rápida recuperação) e, por isso, na análise do ministro da Economia, com base nos resultados da arrecadação, o Brasil vai voltar aos níveis arrecadatórios de 2015.
Ele disse ainda que a arrecadação continua surpreendendo. “A economia brasileira realmente está em pé novamente. Todos os setores estão em marcha. Alguns já passaram as altas históricas. Todos os resultados da arrecadação, nos últimos quatro meses, foram superiores aos de 2020. Apenas em janeiro do ano passado, a arrecadação foi maior que a deste ano”, reforçou Paulo Guedes.
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