Agência Estado
postado em 23/06/2021 12:29 / atualizado em 23/06/2021 12:29
A despeito do tom moderado em Nova York, o Ibovespa engatou uma sequência de máximas nesta manhã, voltando a operar na faixa dos 129 mil pontos, depois de ter fechado aos 128.767,45 pontos na véspera (em queda de 0,38%). A alta tem como amparo os ganhos das ações ligadas ao setor financeiro e ao de commodities.
"Os papéis de bancos caíram bem na segunda e na terça. De certa forma, já esperando esse aumento da alíquota da CSLL. Como tem data para voltar à alíquota anterior, tira um pouco de pressão, com expectativa de retomada de dividendos", diz Bruno Takeo, gestor da Ouro Preto Investimentos.
O Senado aprovou ontem a MP que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para bancos e a indústria química. Com a MP aprovada ontem à noite no Senado, a taxa passará de 20% para 25% entre 1º de julho e 31 de dezembro de 2021. Em 2022, a alíquota voltará para 15%.
"Além da antecipação da medida das ações dos bancos, que caíram antes, tem a questão da periodicidade de seis meses para tapar uma outra medida", observa Luiz Wickert, analista de investimentos da sim;paul, plataforma de investimentos.
A elevação da alíquota foi feita para permitir o subsídio temporário ao diesel e ao gás de cozinha. Os senadores vão avaliar agora os destaques, que podem mudar o teor do texto.
A despeito desse aumento, Wickert vê um cenário positivo para os bancos, em meio a sinais de novos aumentos da taxa Selic e por causa da recuperação da atividade econômica, que tende a melhorar a concessão de crédito. "Os riscos são mais positivos do que negativos", pontua o analista da sim;paul.
No curto prazo, parece que já teve impacto, reforça Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos. "O setor já vem sendo muito penalizado pelo discurso das fintechs, com várias medidas de desestímulo a bancos pelos órgãos reguladores. No médio e longo prazos, o setor encontre estratégias que atenuem um novo efeito negativo da MP da CSLL, de eficiência tributária", avalia.
A alta das commodities também fortalece o Ibovespa, diante da agenda esvaziada no Brasil. Lá fora, os mercados ainda ecoam o tom "dovish" do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, de ontem, reforçando o caráter temporário da inflação e a continuidade dos estímulos monetários. As bolsas fecharam em alta e tentam dar continuidade a esse movimento hoje. "Quanto adiam o debate do 'tapering' retirada de estímulos, mais os mercados vão ganhando tempo. É um cenário bastante benigno para emergentes", diz Wickert.
O minério de ferro, no porto chinês de Qingdao, por exemplo, fechou com elevação de 0,79%, a US$ 216,01 a tonelada. Já o petróleo sobe na faixa de 1% em Londres e em Nova York. Há relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, junto com aliados (Opep+), considera relaxar o acordo de cortes na produção da commodity em 500 mil barris por dia (bpd). Isso seria um aumento menor do que estimado.
"Quanto às commodities, mesmo com a tentativa da China de conter os preços, o momento continua sendo delas. Pode até ser que não seja um super ciclo, mas devem continuar elevadas por algum tempo", estima Takeo, da Ouro Preto. Às 11h34, o Ibovespa subia 0,73%, aos 129.715,43 pontos, após máxima aos 129.900,84 pontos.
Em tempo: No dia 21, o fluxo de estrangeiros na B3 ficou positivo em R$ 946,3 milhões, elevando o montante do mês para R$ 14,860 bilhões.
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