Brasileiras sofrem mais

Correio Braziliense
postado em 16/06/2021 06:00

As micro e pequenas empresárias brasileiras foram as que tiveram os negócios mais afetados pela pandemia da covid-19 em uma amostra de 37 nações. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa do banco norte-americano Goldman Sachs realizada junto às participantes do Programa 10 mil Mulheres. A iniciativa é voltada à capacitação de empreendedoras em 37 países, das quais 1,2 mil no Brasil.

Conforme a pesquisa, divulgada ontem, 83% das empreendedoras brasileiras conseguiram manter o negócio desde o início da pandemia. Outras 12%, porém, encerraram a empresa permanentemente, e 5% saíram do negócio com a chegada da covid-19 ao país. Das 83% das empreendedoras brasileiras que conseguiram manter os negócios, a maioria (66%) contou que registrou queda na receita. Outras 20% responderam que o faturamento não sofreu alteração e 14% registraram crescimento na receita.

A pesquisa tem como base as ex-alunas do programa de capacitação do Goldman Sachs, realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e Fundação Dom Cabral. Os dados mostram que 53% das entrevistadas reduziram o número de empregados. Outras 40% não alteraram o quadro de pessoal e apenas 5% contrataram novos funcionários.

De acordo com o estudo, 53% das ex-alunas que participaram da capacitação do Programa 10 mil Mulheres no Brasil precisaram focar mais na família durante a pandemia, e mais de um quarto dessas empreendedoras contou que o aumento desse foco acabou prejudicando a capacidade de gerenciar o próprio negócio. Enquanto isso, 86% das empreendedoras contaram que sentiram que a performance de seus negócios foi impactada por esse fator fora do controle delas. Além disso, 71% dessas mulheres ainda se sentem confiantes sobre o futuro dos negócios.

“Descobrimos que quase todas as ex-alunas do programa tiveram dificuldade em gerir os seus negócios. O principal desafio foi financeiro, mas um segundo item importante foi relacionado ao papel único das mulheres como cuidadoras com responsabilidade pela gestão de famílias e empresas”, destacou o estudo. O relatório ainda apontou que as empreendedoras brasileiras estão adaptando os modelos de negócio à nova conjuntura e adotando ferramentas digitais nesse novo ambiente em meio à pandemia. “As provas da experiência com a covid-19 são claras: as mulheres líderes empresariais são resilientes. Mas, para prosperarem, precisam de toda a ajuda que podem obter”, complementou o documento.

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