Varejo

Vendas de supermercados sobem 4,06% no primeiro quadrimestre

Gasto do consumidor com os produtos, contudo, sobe 21,88% em relação a 2020, para R$ 643,67 em abril de 2021

Vera Batista
postado em 10/06/2021 12:34 / atualizado em 10/06/2021 12:40
 (crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O setor de supermercados registrou, no primeiro quadrimestre de 2021, um crescimento real (descontada a inflação), de 4,06%, de acordo com os dados do Índice Nacional de Consumo dos Lares da Associação Brasileira de Supermercados (INC Abras), em cesta de 35 produtos mais consumidos. Comparando apenas abril com o mesmo mês do ano passado, foi registrada alta de 2,77%. Mas no confronto entre abril e março, houve queda nas vendas de 4,82%, reflexo, de acordo com Marcio Milan, vice-presidente administrativo da entidade, do número menor de dias — março (31) e abril (30).

O impacto no bolso do consumidor, por outro lado, vem crescendo desde o ano passado pelos reflexos da pandemia e sumiço de alguns itens das prateleiras. O Índice Abrasmercado, também divulgado por Marcio Milan, revela que, desde abril de 2020, quando o custo para adquirir os 35 produtos era de R$ 528,14, houve incremento no desembolso em 21,88%. Agora, para levar para casa os mesmos produtos, o consumidor vai ter que gastar R$ 643,67. A quantia é também superior àquela do mês de março (0,92%), quando o custo total era de R$ 633,38.

No Brasil, os produtos com as maiores altas, em grande parte, foram os mais encontrados nas mesas dos cidadãos, principalmente os de baixa renda. Em 12 meses, a margarina cremosa subiu 19,87%, o biscoito cream cracker, 8,77%, a cebola, 5,59%, e o papel higiênico, 0,40%. Somente o tomate ficou 22,31% mais barato. “Vai uma dica para usar o tomate nos seus preparos”, aconselhou Milan. A batata também caiu 13,03% nos últimos 12 meses encerrados em abril.

A região Norte se mantém como a primeira no ranking dos preços mais altos na cesta de 35 produtos com R$ 728,76 (alta de 29,53%, em 12 meses). Seguida do Sul, R$ 694,99 (18,49%), Sudeste, R$ 622,87 (20,78%), Centro-Oeste, R$ 601,93 (20,09%) e Nordeste, R$ 569,78 (20,04%). Brasília se manteve no topo do preço mais salgado. Em abril, a capital tinha uma cesta no valor de R$ 726,22, o maior do país, com variação positiva de 0,91% em relação a março e de 22,15%, nos últimos 12 meses.

Altas

Marcio Milan ressaltou a importância do resultado positivo porque, nos quatro meses do ano, o setor conviveu com o término do pagamento do auxílio emergencial (somente retornou em 6 de abril, com saque no dia 30 daquele mês), restrições de mobilidade e fechamento de algumas lojas. Mesmo assim, foram criados cerca de 20 mil novos postos de trabalho. Por outro lado, o crescimento econômico de 1,2% no primeiro trimestre poderá, segundo Milan, dar novo alento às vendas.

O setor espera, ainda, resultados melhores nos próximos meses, em consequência da antecipação do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS, que vai injetar R$ 25,3 bilhões na economia, e também da liberação do primeiro lote do Imposto de Renda, no valor de R$ 6 bilhões, de acordo com a Receita Federal.

Conta ainda com a prorrogação de mais duas parcelas do auxílio emergencial, previsto para terminar em julho, com impacto de R$ 9 bilhões mensais. E o pagamento do benefício emergencial (BEm), para trabalhadores com contrato de trabalho suspenso ou jornada reduzida.

Entre os produtos da cesta da Abras que tiveram maior aumento no preço, em abril, estão ovos, com 11,43%, carne (dianteiro), 6,32%, e feijão, 5,02%. O preço do pernil (-8,91%), do leite longa vida (-4,48%) e do (-3,60%) teve queda nos quatro primeiros meses do ano. Nos últimos 12 meses, ao contrário, a soja foi a campeã, com alta de 88,2%, seguida do arroz (64,3%) e da carne (40,1%). “Isso aconteceu devido ao aumento do custo de produção e também ao câmbio favorável às exportações”, assinalou o vice-presidente da Abras.

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