O dólar está volátil nesta sexta-feira, 28, entre margens estreitas, após abertura com leve alta no mercado à vista. Pouco depois das 9h30, voltava a cair no spot e testava mínimas no mercado futuro. Os negócios são influenciados pelo avanço do dólar no exterior e interesses técnicos ligados à formação da Ptax de fim de maio.
Podem estar ocorrendo antecipação de rolagens de contratos cambiais em meio à previsão de feriado na segunda-feira nos EUA, que pode reduzir a liquidez nos mercados, segundo um operador. No segmento futuro, predomina alta em meio à tendência de valorização da moeda americana no exterior.
Os agentes de câmbio olham ainda a alta dos juros futuros, principalmente as taxas longas, na esteira da aceleração do IGP-M de maio, a 4,10%, ante 1,51% em abril, superando a mediana da pesquisa do Estadão/Broadcast, de 4,00%, mas dentro do intervalo de 3,06% a 4,65%. No ano, o indicador alcançou 14,39% e avançou a 37,04% em 12 meses, de 32,02% até abril. Essa taxa é a maior desde o Plano Real, superando o acumulado de 32,97% de abril de 2003. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) também acelerou no IGP-M, de 0,44% em abril para 0,61% neste mês.
Há ainda expectativa de piora na bandeira tarifaria de energia elétrica para junho por causa da crise hídrica atual. Além disso, os juros dos Treasuries sobem nesta manhã.
Nos EUA, o índice PCE, medida de inflação usada como referência pelo Federal Reserve, subiu 0,6% em abril ante março. O núcleo do PCE subiu 0,7% em abril ante março, acima da previsão (+0,6%). Os gastos com consumo avançaram 0,5% em abril ante março, como previsto, e a renda pessoal caiu 13,1% em abril ante março, vindo melhor que a previsão (-14%). Atenções se voltam agora para a divulgação da proposta de orçamento dos EUA para 2022, que pode ficar em US$ 6 trilhões, segundo o ING.
Às 9h41 desta sexta, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,19%, a R$ 5,2450. O dólar para junho subia 0,09%, a R$ 5,2435.