Com o dólar valorizado e vários países desenvolvidos exigindo comprovante de vacinação para permitir o acesso de estrangeiros, os brasileiros reduziram de forma drástica as viagens ao exterior. De janeiro a abril, as despesas de brasileiros em outros países somaram US$ 1,16 bilhão, 63% a menos do que no mesmo período de 2020, conforme dados do Banco Central. No ano passado, os gastos de brasileiros com viagens internacionais já haviam caído ao menor nível desde 2005, totalizando US$ 5,3 bilhões
Os gastos de estrangeiros no Brasil também encolheram no quadrimestre, passando de US$ 1,6 bilhão, no ano passado, para US$ 857 milhões neste ano, representando queda de 48%.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a pandemia é o motivo predominante para a forte queda nos gastos com viagens. Ele destacou que, em abril, foram registradas despesas de US$ 301 milhões, com crescimento de 48% na comparação de abril de 2020, mês que foi mais afetado no ano passado pela covid-19. Os gastos de estrangeiros no país passaram de US$ 113 milhões para US$ 164 milhões na mesma base de comparação.
Os dados preliminares de maio mostram que os brasileiros gastaram US$ 223 milhões no exterior enquanto os estrangeiros deixaram US$ 134 milhões no país, resultando em um saldo negativo de US$ 89 milhões.
Os dados do BC mostram ainda que o saldo da conta de transações correntes entre o país e o resto do mundo teve superavit de US$ 5,7 bilhões em abril passado. Foi o melhor saldo da série histórica do BC, iniciada em 1995. Em 12 meses, o país acumula deficit de US$12,4 bilhões nessa conta, mas o saldo negativo é 30% inferior ao registrado até março. A redução é resultado da melhora da balança comercial, impulsionada pelo dólar valorizado, pela alta dos preços das commodities, e pela diminuição da atividade econômica, que provocou forte queda das importações.