O alto custo dos combustíveis tem pesado no bolso dos brasilienses. No posto Shell da 306 Norte, o litro da gasolina subiu de R$ 5,68 para R$ 5,97 na última terça-feira, enquanto o etanol se manteve em R$ 4,99. No posto da Shell da 307 Norte, os preços foram alterados na segunda-feira, seguindo os mesmos números na gasolina, mas o etanol subiu de R$ 4,70 para R$ 5,00.
Essa situação contribui para que consumidores optem por utilizar o transporte público ao invés do carro, visando a economizar o valor que seria gasto no combustível. É o caso de Marcino Barros, 53 anos, assistente de serviços. Ele mora em Águas Lindas de Goiás e disse que ficou inviável vir até o trabalho, na 106 Norte, de carro. “A gasolina está muito cara, para eu vir até aqui, gastaria muito”, afirmou.
Para ele, que já está adaptado a andar de transporte público, não foi difícil fazer a troca. “Quase sempre usei transporte público. Agora que a gasolina está com valores absurdos, decidi que andar de ônibus seria melhor para o meu bolso. Pego dois ônibus para chegar ao trabalho”, disse Marcino. Questionado sobre as aglomerações no ônibus, em meio à pandemia da covid-19, ele afirmou que toma todos os cuidados possíveis.
A situação é um pouco diferente para o vendedor Lucas da Costa Lima, que ainda prefere o carro ao transporte público. “Eu prefiro utilizar o carro, embora gaste mais com isso, porque o preço dos transportes também está alto e tem muita aglomeração, o que é perigoso durante a pandemia. Além disso, os ônibus quebram muito e eu chego atrasado. Isso já aconteceu comigo duas vezes.”
Sobre o combustível utilizado, Lucas afirma que, como seu carro não é flex, não pode abastecer com álcool. Por isso, tem uma despesa elevada com combustível, no final das contas. “Todo dia boto R$ 50,00 de gasolina, não dá para nada”, queixa-se o morador de Planaltina.
O dono do posto Jarjour, Wonder Jarjour, 31 anos, explicou que tenta reduzir os preços para não perder clientes. “A concorrência está muito predatória. Muitos postos estão abaixando o preço, chegando a quase zerar a margem de lucro, apenas para manter a operação girando, e isso causa um efeito dominó, pois todos acabam tendo que baixar os preços para acompanhar o mercado e manter a clientela”, contou.
*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo