COMBUSTÍVEIS

Escassez de açúcar pode aumentar preço do etanol nas bombas

O motivo foi informado pela Unica, associação dos produtores de açúcar e álcool, por conta da quebra nas safras da cana-de-açúcar, a produção irá diminuir

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil, informou, nesta terça-feira (11/5), que, por conta da quebra nas safras da cana-de-açúcar, a produção vai diminuir, o que significa preços mais altos para o açúcar e para o etanol, que pode ficar mais caro nas bombas.

O presidente do Sindicato dos Combustíveis do Distrito Federal, Paulo Tavares, destaca a seca e o baixo período de chuvas em 2021 como alguns dos principais fatores que impactam na queda da produção da cana-de-açúcar. “As estimativas variam entre 590 e 530 milhões de toneladas de cana, com queda de 15 a 75 milhões de toneladas de cana se comparadas com a safra anterior”, explica.

Outro fator importante é o aumento no preço do etanol. Tavares aponta que as revendedoras aumentaram a gasolina em 0,10 centavos, em razão do aumento do etanol anidro, que fecha em R$ 3,37 desde o último reajuste, realizado na sexta-feira (7). Para ele, o aumento do preço nas bombas vai afetar diretamente o consumidor. “O etanol anidro compõe a gasolina em 27%, ou seja, 1/3 da gasolina comum é etanol anidro. Se este sobe de preço, a gasolina sobe na proporção que ele representa. Hoje, já recebemos gasolina mais cara pelo efeito etanol anidro”, revela.

Procurada pelo Correio, a Unica esclarece, contudo, não existir cenário para falta de etanol anidro. “O mercado de anidro é regulado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e 80% da demanda prevista para o período de junho de 2021 a maio de 2022 já foram contratados pelas distribuidoras. O que está acontecendo, diferentemente de outros anos, é que de fato haverá uma redução significativa na oferta de cana, principalmente no estado de São Paulo, triângulo mineiro e no Paraná”, explica. São Paulo é o estado mais afetado com o início da safra, que representa 60% da produção da região centro. A safra se iniciou com um número menor de unidades em produção.

Ainda segundo a Unica, a redução na produção de açúcar será mais forte do que na do etanol. “A quebra de safra está concentrada na região mais açucareira, não acontecendo o mesmo nos demais estados da região Centro-Sul”.

A Unica também prevê que, a partir da segunda quinzena de junho, a situação possa vir a se regularizar. “O incremento na oferta deve acontecer de uma forma mais significativa a partir do mês de junho, deixando o etanol mais competitivo novamente”, informa por meio de nota.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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