Recuperação

Commodities impulsionam Ibovespa, que retoma os 119 mil pontos

A valorização na B3 é puxada pela alta das ações de empresas ligadas a commodities, após a volta das negociações do minério de ferro na China depois de feriado, e refletindo balanços, como o da Gerdau

O Ibovespa retomou há instantes os 119 mil pontos, renovando máximas, a despeito da perda de fôlego das bolsas de Nova York, após dados fracos de serviços. A valorização na B3 é puxada pela alta das ações de empresas ligadas a commodities, após a volta das negociações do minério de ferro na China depois de feriado, e refletindo balanços, como o da Gerdau. Os papéis da empresa sobem quase 5,5%, na liderança dos ganhos do Ibovespa.
O otimismo prevalece na B3 apesar da pausa que a reforma tributária dará após a extinção da comissão mista da reforma tributária. "O nosso temor era de que a CPI da Covid contaminasse a agenda de reformas, mas parece que, por enquanto, não. Ainda que a comissão tenha sido extinta, o mercado parece que precificou a demora na aprovação da reforma. Contudo, essas questões tendem a voltar a chamar atenção na semana que vem expectativa de depoimento na CPI do ex-ministro Eduardo Pazuello e de retomada da reforma e hoje o Ibovespa está apenas corrigindo dessa tendência de curto prazo", avalia Antonio Ruiz Molina Montiel Jr., sócio e diretor educacional da mesa proprietária Axia Investing.
Às 11h20, o Ibovespa subia 1,36%, na máxima aos 119.313,76 pontos.
Apesar da desaceleração das bolsas americanas com até o Dow Jones caindo 0,11% perto de 11h30, o tom é positivo. O relatório do ADP de geração de empregos no setor privado em abril veio um pouco abaixo do esperado, mas analistas continuam a esperar recuperação robusta adiante, prevendo números melhores no payroll desta sexta-feira. Já o índice de atividade industrial do setor de serviços dos Estados Unidos medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 63,7 em março para 62,7 em abril, contrariando a expectativa de analistas de alta a 64,1.
"Essa diferença entre o dado efetivo ADP e a estimativa não deve mudar a visão de otimismo em relação à retomada dos EUA. No fundo, vieram bons", pondera Victor Bueno, da Top Gain, bem como considera positivo a produção industrial de março, informada hoje pelo IBGE.
Ainda que em menor magnitude, a reunião do Copom gera certa expectativa. Apesar da alta de 0,75 ponto porcentual na Selic esperada para hoje, com a taxa indo a 3,50%, a grande expectativa do mercado é em relação ao comunicado do Comitê, que tende a indicar os próximos passos da política monetária. Além disso, acrescenta Bueno, dúvidas quanto ao andamento da reforma tributária e da CPI da Covid ficam no radar.
Ontem, foi extinta a comissão mista da reforma tributária no dia da leitura do parecer, colocando os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em rota de colisão, deve gerar desconforto nos mercados. A disputa ocorre principalmente porque Lira e a equipe econômica são favoráveis a um fatiamento da reforma, enquanto o Congresso é contrário a essa ideia.
"Joga fora todo o trabalho de mais de um ano. O fato de fatiar o texto não é problema, mas sim começar um novo texto, o que pode atrasar a reforma e até mesmo fazer com que nem aconteça neste ano", relata em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Lattus.
Apesar do aumento do lucro do Bradesco no primeiro trimestre, as ações iniciaram o dia em queda, mas testavam alta (0,08% às 11h35), depois do recuo da véspera. O banco teve lucro recorrente de R$ 6,515 bilhões no primeiro trimestre, 73,6% mais que o visto em igual período de 2020. No entanto, ficou 4,2% inferior ao obtido nos últimos três meses do ano passado, quando teve o maior lucro trimestral de sua história, além de informar piora da inadimplência.
Ao informar seu balanço, a Gerdau reportou lucro líquido de R$ 2,471 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o que ficou 54,4% acima da média do Prévias Broadcast. Após o fechamento da B3 serão informados os resultados da Braskem, Copel, Magazine Luiza, entre outros.