Mercado

Capital estrangeiro injeta R$ 1,8 bilhão na Bolsa em apenas 1 dia

Valor foi registrado na última quinta-feira (27/5), o que elevou positivamente o saldo de fluxo externo a R$ 30 bilhões. Recuperação de capitais estrangeiros e variação do real são as principais razões, avalia economista

João Vitor Tavarez*
postado em 31/05/2021 18:37
 (crédito: Luiz Prado/Divulgação)
(crédito: Luiz Prado/Divulgação)

De acordo com informações da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,782 bilhão nas ações já listadas da B3 no último dia 27 de maio. Trata-se do segundo maior aporte diário deste mês, conforme divulgado pela operadora da Bolsa.

Assim, o saldo positivo de fluxo externo em maio subiu a R$ 10,845 bilhões, o que levou ao seguinte resultado:

R$ 322,95 bilhões (compras), equivalente a 24,79% de participação
R$ 312,116 bilhões (vendas), equivalente a 23,95% de participação
Acumulado de 2021: R$ 30,025 bilhões

Ainda na última quinta-feira (27), o investidor pessoa física retirou R$ 707 bilhões líquidos na B3, sendo a segunda diária consecutiva. Assim, o saldo no mês seguiu negativo, em R$ 4,419 bilhões — quase o dobro do acumulado mensal entre março e abril (R$ 2,222 bilhões registrados).

Os investidores institucionais retiraram R$ 926,6 milhões da B3 naquele dia. Até essa data, o saldo segue negativo, em R$ 6,779 bilhões.

Causas

O professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mauricio Weiss, explica que o aumento de investimentos externos na B3 explica-se, primeiramente, pelo retorno de valores estrangeiros no país de anos anteriores.

“É um movimento de recuperação, pois nos últimos dois anos houve muita saída de investimento estrangeiro. Então, a tendência é de que volte gradualmente”, disse. O economista também aponta o primeiro motivo como sendo a procura de ações relativamente baratas pelo investidor externo. “Sobretudo aquelas cotadas em dólar, visto que o real decresceu muito desde 2019, em comparação com o dólar. Isso chamou de volta aqueles investidores avessos ao risco”, afirmou. Outro fator, segundo Weiss, é que o real tem uma característica de ter caído nos momentos de maior volatilidade.

“Se for comparar a variação das taxas de câmbio, ao longo do ano passado, percebe-se que o real foi a moeda que mais depreciou, nos momentos de maior volatilidade, ao passo que também se aprecia nos momentos de recuperação das moedas do países emergentes. O Brasil, comparado a outros dessa categoria, apresenta um mercado de maior liquidez e profundidade, além de possuir mais variedades de aplicações financeiras. Então, quando os investidores têm maior apetite pelo risco e estão mais otimistas, o real acaba sendo uma boa alternativa”, explicou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

 

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