O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que assistiu, com “muita tristeza”, à queda do setor industrial na participação do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país), nas últimas décadas. Durante o evento on-line Diálogo com a Indústria, que sofreu ataque hacker por alguns instantes, ele citou que isso aconteceu, principalmente, pela maneira como o setor se relacionava com o governo. “A forma de uma indústria ficar viva era conseguir proteção em Brasília e dividir com seus sindicatos o butim contra a sociedade brasileira. Enquanto havia uma exploração do consumidor, a indústria foi esmagada de 35% para 11% do PIB, quando ainda poderíamos ter de 20% a 25% do PIB”, apontou.
Segundo Guedes, a reindustrialização do país é um dos objetivos do governo, mas o ritmo de abertura da economia precisa respeitar o “patrimônio” do parque industrial nacional. “Somos liberais, mas não somos trouxas”, destacou, ao reiterar a importância da revisão dos impostos sobre o setor produtivo. “A agroindústria brilha no mundo também porque o setor tem ‘ausência de tributação’”, apontou. Ele citou, ainda, as medidas do governo ao longo da pandemia da covid-19 e defendeu a vacinação em massa para o retorno seguro ao trabalho. “O Brasil está em guerra contra o vírus, não podemos nos enganar sobre isso”, reiterou.
Entre as iniciativas citadas por eles estão a aprovação de novos marcos de cabotagem, energia e gás. No entanto, para o avanço da economia, afirmou, são fundamentais que medidas de competitividade sejam tomadas antes da abertura total da atividade, porque, na sua análise, a abertura comercial tem que acontecer de forma gradual.
Futuro verde e digital
Os serviços digitais são o futuro da economia, segundo Paulo Guedes. Nesse sentido, ele defendeu a criação de um polo digital, na Amazônia brasileira, nos moldes do Vale do Silício, nos Estados Unidos, para atrair grandes bigtechs estrangeiras. “É preciso isenção tributária de 20 anos a essas companhias externas e também às brasileiras com sede na Amazônia. Manaus tem que ser a capital mundial da economia verde. O futuro é verde e digital. Temos que redesenhar o modelo da Amazônia”, afirmou.
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