Indústria

Produtividade da indústria cai 2,5% no primeiro trimestre, diz CNI

Queda é conjuntural, influenciada pelas incertezas dos efeitos da pandemia no médio prazo, desarranjo das cadeias produtivas e baixos estoques

Fernanda Strickland
postado em 11/05/2021 14:48
 (crédito: José Paulo Lacerda/CNI)
(crédito: José Paulo Lacerda/CNI)

As incertezas sobre os reais efeitos da covid-19 na economia afetaram a produtividade das indústrias de transformação no Brasil. De acordo com a pesquisa Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no primeiro trimestre deste ano, as horas trabalhadas aumentaram 1,9%, mas a produção caiu 0,6%. Assim, a produtividade do trabalho na indústria, medida pela relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas, teve uma queda de 2,5% na comparação entre janeiro e março deste ano e o trimestre anterior, outubro a dezembro do ano passado.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, alterações duradouras na produtividade muitas vezes são associadas a mudanças na qualificação do trabalhador ou a inovações tecnológicas. Desde o início da pandemia, contudo, as significativas variações na produtividade estão sendo influenciadas pela pandemia e são, ao menos em parte, transitórias.

A queda da produtividade é conjuntural e pode ser explicada pela combinação de estoques abaixo do nível planejado, alta dos custos e maior escassez de insumos e matérias-primas. Esses fatores afetam a capacidade de planejamento das empresas e o ritmo de produção. “Outro fator a ser considerado é o fim de acordos para redução de salário e jornada, além da suspensão do contrato de trabalho, que vigoraram em 2020”, avalia o economista.

Soma-se à elevada incerteza, o desarranjo das cadeias produtivas associado a estoques ainda baixos, alta dos custos e aumento da escassez de insumos e matérias-primas, detalha a CNI ao informar que, desde o início da pandemia, os movimentos da produtividade do trabalho vêm sendo influenciados, “principalmente pela conjuntura e não por mudanças duradouras, como maior qualificação do trabalho ou inovações tecnológicas”.

*Estagiaria sob a supervisão de  Andreia Castro

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