CORREIO TALKS

Deputado critica Paulo Guedes: "Posto Ipiranga não está funcionando"

Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) reclama que não há, por parte do ministro da Economia, nenhuma diretriz que sinalize a busca da retomada do crescimento

Augusto Fernandes
postado em 06/05/2021 20:39
 (crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press - 21/10/09)
(crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press - 21/10/09)

O trabalho desempenhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi alvo de críticas do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), durante o seminário virtual Correio Talks sobre a importância do setor químico para o país, promovido pelo Correio Braziliense nesta quinta-feira (6/5), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

O parlamentar é favorável ao Congresso Nacional derrubar a medida provisória que suspendeu o Regime Especial da Indústria Química (Reiq). Esse dispositivo permitia isentar, por tempo provisório, a cobrança de impostos sobre o óleo diesel e o gás de cozinha. Jardim afirmou que Guedes toma decisões que dificultam a retomada da economia do Brasil em meio à pandemia da covid-19.

“O ‘Posto Ipiranga’ não está funcionando. Não identificamos do comando da política econômica nenhuma diretriz que guarde coerência com a busca da retomada do crescimento”, reclamou Jardim, recorrendo ao termo utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro para se referir ao ministro da Economia.

Superministério

O deputado da Cidadania disse ainda que Guedes ganhou muito poder quando o presidente incorporou ao Ministério da Economia as pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio.

“O acúmulo que se fez em torno de um único ministro, com o sacrifício do Ministério da Indústria e do Comércio, faz com que a interlocução fique simplesmente em torno da busca do equilíbrio fiscal. É tudo dentro de uma visão contabilista e imediatista”, ponderou.

Arnaldo Jardim, por fim, considerou a própria medida provisória inadequada. “Nós queremos uma estratégia de retomada da atividade econômica com a implementação de reformas de uma maneira mais estrutural. Não concordamos com isso. Ou o governo assume seu comando da política econômica, visto que tem sido incapaz de oferecer diretrizes de retomada do crescimento do país, ou nós vamos buscar dentro desse contexto impedir que prospere a MP.”

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