Rodrigo Limp foi confirmado presidente da Eletrobras nesta sexta-feira (30/04). Ele foi indicado para o cargo pelo governo de Jair Bolsonaro depois que Wilson Ferreira Júnior renunciou e teve o nome confirmado pelo Conselho de Administração da Eletrobras hoje.
"O Conselho de Administração da Eletrobras elegeu, em reunião nesta sexta-feira (30), Rodrigo Limp
Nascimento como presidente da empresa. Limp já havia sido aprovado como membro do conselho, condição para que assuma a presidência da companhia, em Assembleia Geral Ordinária de Acionistas realizada na última terça-feira (27)", informou a Eletrobras.
Segundo a estatal, a posse de Limp está prevista para ocorrer na próxima sexta-feira (07/05). Até lá, a companhia segue presidida interinamente pela diretora de Finanças e Relações com Investidores, Elvira Presta. Ela assumiu o posto no início de março, depois que Wilson Ferreira Júnior deixou o posto para assumir o comando da BR Distribuidora.
Antes de ser eleito conselheiro e presidente da Eletrobras, Limp era secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME) e membro do Conselho de Administração do Operação Nacional do Sistema Interligado (ONS). Antes disso, foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e consultor legislativo da área de recursos minerais, hídricos e elétricos da Câmara dos Deputados.
A indicação de Limp, no entanto, foi questionada por conselheiros da Eletrobras, assim como ocorreu com os nomes indicados por Bolsonaro para assumir a Petrobras e o Banco do Brasil, recentemente. É que a Eletrobras havia contratado uma consultoria externa para selecionar o sucessor de Wilson Ferreira Júnior e Limp não estava entre os nomes indicados pela consultoria.
Em protesto, o conselheiro de administração e coordenador do Comitê de Auditoria e Risco Estatutário da Eletrobras, Mauro Gentile Rodrigues Cunha, renunciou ao cargo diante da decisão do Conselho de Administração da Eletrobras de "acatar a indicação do acionista controlador para o cargo de Presidente da Eletrobras".
Privatização
Também há uma expectativa de que o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) apresente o relatório sobre a Medida Provisória (MP) que trata da privatização da Eletrobras na próxima semana. A Comissão de Minas e Energia da Câmara, no entanto, já aprovou um requerimento para realizar audiências públicas sobre o assunto antes de a MP ser votada em plenário, pois muitos deputados seguem resistentes à proposta.
A privatização da Eletrobras será, então, o primeiro grande desafio de Rodrigo Limp. A proposta vem se arrastando desde o governo de Michel Temer e, no governo de Jair Bolsonaro, é defendida pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Porém, ainda não avançou. Foi por conta dessa demora, por sinal, que Wilson Ferreira Júnior decidiu deixar a Eletrobras e que o governo apresentou uma medida provisória para tentar acelerar o debate.