Brasília

Guedes critica politização da covid-19: 'Todos precisam baixar as armas'

Segundo o ministro, erros foram cometidos por todos os lados na pandemia, mas agora é preciso "trabalhar juntos e sair dessa crise juntos"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a politização da pandemia e da vacina contra a covid-19. Ele se queixou do assunto nesta quarta-feira (28/4), após ser questionado por jornalistas sobre a repercussão negativa da declaração em que disse que "o chinês inventou o vírus e e a vacina dele é menos efetiva que a do americano".

"Eu fui infeliz na imagem. Somos muito gratos à China pelas vacinas. Eu tomei a CoronaVac. O comentário que fiz foi em outro contexto. Essa politização da crise está distorcendo as coisas e tirando de contexto", reclamou Guedes. Ele voltou a dizer, então, que, na verdade, estava querendo ressaltar a capacidade de uma "economia de mercado forte como a economia americana" reagir a situações imprevisíveis, como a de "um vírus que era desconhecido porque tinha sido originado em outra região do mundo".

Guedes disse, ainda, que é "descabido" ficar atacando as pessoas neste momento. Ele alegou que todos os lados erraram durante a pandemia de covid-19, mas defendeu que, agora, haja união no combate ao novo coronavírus. "Devíamos estar todos colaborando. Erros devem ter sido cometidos de todos os lados. Todo mundo achou que a pandemia estava indo embora, tanto que os hospitais de campanha foram desarmados, os leitos foram reduzidos. Então, não adianta só atacar o governo federal. Como é que os governadores desmarcaram os leitos? Porque também pensaram que a pandemia estava indo embora", reclamou.

O ministro disse que é hora de "trabalhar juntos e sair dessa crise juntos". "Os dois lados precisam abaixar as armas. Estamos enfrentando uma guerra comum que é esse vírus. A eleição é ano que vem. A politização... Eu tenho dito que subir em cadáveres para fazer política, o povo brasileiro não vai premiar esse comportamento. O povo brasileiro espera de nós cooperação, trabalho conjunto, fraternidade, resiliência. Somos todos brasileiros, estamos juntos, estamos perdendo familiares, amigos", declarou.

Congresso

Mais cedo, Paulo Guedes também tentou pacificar o clima com o Congresso Nacional, apesar de ter admitido, um dia antes, que demitiu o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, por conta do desgaste da negociação orçamentária com os parlamentares e as demais pastas da Esplanada dos Ministérios. Ao apresentar os resultados positivos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o ministro disse que a economia está mostrando resiliência porque o Brasil é um dos poucos países que continua avançando com as reformas econômicas durante a pandemia.

"Deixo um elogio ao Congresso brasileiro, que continua aprovando as reformas econômicas. Agora, o presidente da Câmara, de acordo com o presidente da República, está conversando sobre o prosseguimento da reforma administrativa e da reforma tributária, enquanto ampliamos a vacinação em massa da população brasileira", comentou Guedes, na coletiva do Caged. "A democracia continua trabalhando. Estamos confiantes de que vamos enfrentar essa segunda onda com a vacinação em massa e, do outro lado, as privatizações", acrescentou.

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