Apesar do impacto econômico da segunda onda da pandemia de covid-19, o Brasil criou 184.140 vagas de emprego formal em março deste ano. É o que aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (28/4) pelo Ministério da Economia.
De acordo com o Caged, houve criação líquida de empregos formais em todos os cinco setores econômicos em março, mas o melhor resultado foi o do setor de serviços. Embora seja o setor mais impactado pela pandemia, os serviços criaram 95,5 mil postos de trabalho formal no mês passado. Já a indústria criou 42,1 mil postos; a construção, 25 mil; o comércio, 17,9 mil; e a agricultura, 3,5 mil.
O resultado positivo do Caged de março é fruto de um total de 1.608.007 de admissões e de 1.423.867 de desligamentos e configura o terceiro mês consecutivo de geração líquida de vagas no Brasil. De acordo com o Ministério da Economia, o país registrou a criação líquida de 837.074 empregos formais no acumulado do primeiro trimestre deste ano. Com isso, o estoque do emprego formal alcançou 40,2 milhões de vínculos.
Os dados do Caged também mostram um aumento dos pedidos de seguro-desemprego. Depois de oito meses registrando cerca de 400 mil pedidos por mês, o governo recebeu 586.205 solicitações de seguro-desemprego em março deste ano. É o pior resultado desde junho do ano passado, quando 653.175 trabalhadores recorreram ao benefício, na esteira da primeira onda de demissões da pandemia de covid-19.
Comemoração
O resultado de março, no entanto, mostra uma desaceleração em relação aos dados de janeiro e fevereiro. É que, em janeiro, o país criou 257.768 empregos formais e em fevereiro, 395.166. Os dados do primeiro bimestre foram recordes, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na noite dessa terça-feira (27), contudo, o ministro afirmou que o resultado de março também deveria ser comemorado.
Na terça-feira, Guedes já havia sugerido que o resultado do Caged poderia ser positivo. Porém, admitiu que havia dúvidas em relação à criação líquida de empregos formais neste mês em virtude do recrudescimento da pandemia de covid-19, que exigiu o fechamento de diversas atividades econômicas ao redor do país em março. "Teve uma volta forte da pandemia, continuamos criando empregos. É uma surpresa para todos nós, favorável", afirmou Guedes, na saída do Ministério da Economia na terça-feira.