Fiscal

Em meio a impasse sobre Orçamento, Guedes nega briga com o Congresso

Ministro disse que o "time" está trabalhando junto para corrigir os excessos da peça orçamentária

Apesar do impasse do Orçamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que não há briga com o Congresso Nacional. Ele afirmou que o governo está trabalhando junto com os parlamentares para "corrigir o excesso de gastos" da peça orçamentária e também para destravar programas de enfrentamento à pandemia de covid-19.

"Não estamos brigando, somos parceiros", afirmou Paulo Guedes, ao ser questionado sobre as negociações com o Congresso em torno do Orçamento de 2021, durante evento virtual promovido nesta quinta-feira (08/04) pela Câmara de Comércio Brasileiro-Americana. "É um time trabalhando junto. Tivemos alguns erros e, agora, é muito mais uma coisa política de como podemos consertar do que brigar", acrescentou.

O ministro da Economia irritou parlamentares nesta semana ao dizer que faltou coordenação na discussão do Orçamento, já que a equipe econômica vinha negociando os detalhes da peça orçamentária com o Congresso. Porém, voltou a dizer nesta quinta-feira que houve um "problema de coordenação". "Houve um acordo político no Orçamento, o problema é como foi entregue", comentou Guedes, ressaltando que "os acordos políticos têm que caber no Orçamento", porque "não podemos acordar politicamente mais do que podemos dar".

O ministro alegou, no entanto, que é normal que "haja alguns erros e excessos" em um "time que está jogando junto pela primeira vez". "É a primeira vez que este governo está construindo junto com o Congresso o Orçamento. Eu acho que é mais um problema de coordenação do que outra coisa", alegou. Ele garantiu, então, que esse time está trabalhando para fazer os ajustes necessários no Orçamento deste ano. A expectativa do ministro é que essas discussões "se encerrem bem".

Tentando minimizar o mal-estar com o Congresso Nacional, Paulo Guedes ainda destacou para os investidores americanos a parceria com os parlamentares no andamento da agenda de reformas econômicas. Ele disse que o Brasil foi, provavelmente, o único país do mundo a aprovar reformas estruturantes em meio à pandemia de covid-19 e citou como exemplo disso a aprovação da PEC Emergencial, da autonomia do Banco Central e do novo marco do saneamento. E lembrou que a meta é continuar avançando nesta agenda neste ano.

Poucos dias depois de culpar a política pela demora na volta dos acordos de redução salarial e suspensão do contrato de trabalho, o chefe da equipe econômica ainda afirmou que o Congresso Nacional está ajudando o governo a renovar programas de enfrentamento à pandemia de covid-19, como o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O governo enviou nesta semana um projeto de lei que cria o crédito necessário para a volta desses programas e o Congresso pretende votar o assunto na próxima semana, para acelerar a volta das medidas, cobradas pelo setor produtivo por conta da pandemia de covid-19.

Na conversa com os investidores norte-americanos, Guedes admitiu, ainda, que a segunda onda da pandemia de covid-19 foi muito mais forte do que a primeira no Brasil. Ele disse, por sua vez, que o tombo econômico deve ser menor desta vez. "Acho que não vamos colapsar como acontecer da outra vez", afirmou. Ele explicou que a economia brasileira vinha se comportando bem no início do ano, antes do agravamento da pandemia, e lembrou que a vacinação em massa contra a covid-19 pode permitir a retomada econômica no segundo semestre deste ano.

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