Consumo

Cesta de Páscoa fica quase 30% mais cara em um intervalo de 12 meses

De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o salto foi de 0,56%, em 2020, para 29,17% este ano, no acumulado de 12 meses fechado em março

Quem estiver pensando em aprontar uma bela bacalhoada para o próximo domingo, arrematada com ovos de chocolate ou bombons de sobremesa, vai tomar um susto não com o preço do peixe seco ou da guloseima, mas com os demais ingredientes do almoço, que fizeram disparar a inflação da Páscoa. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o salto foi de 0,56%, em 2020, para 29,17% este ano, no acumulado de 12 meses fechado em março.


Dessa vez, porém, nem o bacalhau nem o ovo de chocolate são os vilões — que ficaram estáveis, para a alegria do consumidor, que habitualmente paga caro pelos dois produtos. O que disparou foram os demais componentes para o tradicional prato de domingo: o arroz subiu 60,79%; a batata-inglesa, 27,82%; e a cebola, 50,9%.


Williams Ferreira, gerente de um supermercado de Planaltina, confirma que “os ovos de páscoa, há um mês, estavam na faixa de R$ 30, e nesta semana de feriado a média chegou a R$ 22. Já o quilo do bacalhau não ficou tão caro em relação ao último ano, pois manteve-se na régua de preço”, afirmou. Bombons e chocolates, segundo o levantamento da FGV, até caíram: de 17,38% para 12,05%, em média. Já o bacalhau sofreu uma forte queda: de 13,35% para 7,28%.


Ecio Costa, economista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou que o mercado externo tem grande impacto no valor dos produtos de Páscoa: “Alguns desses itens têm cotação no mercado internacional. No momento, a retomada da economia chinesa e estímulos monetários na economia americana alavancam o valor dos insumos. E tem a situação do câmbio, pois o real é uma das moedas que mais desvaloriza, o que prejudica a compra de muitos insumos importados”, observou.

* Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi