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Após combinar mundos físico e online, Americanas mira IPO nos EUA em 1 ano

Em faturamento, as Lojas Americanas integram o grupo das dez maiores varejistas do País, de acordo com ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo

Agência Estado
postado em 30/04/2021 14:53 / atualizado em 30/04/2021 14:53
 (crédito: Lojas Americanas/Divulgação)
(crédito: Lojas Americanas/Divulgação)
O processo de união da Lojas Americanas e da B2W criará uma nova empresa: Americanas S/A, em um processo que deve consumir cerca de 40 dias e custar R$ 98,1 milhões. Depois da conclusão dessa tarefa, a ideia da companhia é abrir o capital em um dos principais pregões de Nova York: ou o "clássico" Nyse ou o Nasdaq - este último voltado para negócios de tecnologia. "A listagem no exterior deve se concretizar em menos de um ano", afirmou ontem o diretor de relações com investidores da Americanas, Fabien Picavet.
Uma das ações que a Lojas Americanas quer acelerar com a combinação de negócios com a B2W é o processo de fusões e aquisições. "Já temos acelerado M&A. Procuramos quem faça sentido no longo prazo", disse o presidente do Universo Americanas, Miguel Gutierrez.
A intenção de crescer e abrir capital fora do País não acarretará em a companhia abrir mão de dois requisitos básicos: manter o grupo controlador e firmar a estratégia de diversificação da atividade, que tem caminhado especialmente na direção dos serviços financeiros.
"A gente acredita que pode ir além do varejo. A empresa possui ativos que são únicos e por meio deles a gente consegue de fato entrar em diferentes ramos de negócio. Estamos entrando em outros segmentos e vamos aumentar exponencialmente o nosso mercado. O objetivo final é elevar a história da Americanas a um patamar global", disse Fábio Abrate, diretor financeiro e de Relações com Investidores da B2W Digital.
Já listada no Novo Mercado, segmento de maiores exigências corporativas da Bolsa paulista, a B2W é uma companhia digital voltada ao e-commerce e ao marketplace que agrega as marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato. Com o acordo entre os acionistas, vai incorporar também os ativos operacionais da Lojas Americanas, sua controladora, que tem ações negociadas no Nível 1 da B3.
Como o CNPJ da B2W será preservado, basta o aval das assembleias-gerais extraordinárias (AGEs) das duas empresas para a Americanas S/A passar a ter seus papéis negociados na B3. Essas reuniões foram convocadas para o dia 16 de junho.
Reação do mercado
Quando foi anunciado o estudo para combinação dos negócios físico e online, em fevereiro, a valorização dos papéis da Americanas foi forte e imediata. A reação positiva do mercado ainda não colocava na conta o fato de a B2W atuar como incorporadora de todos os ativos operacionais, mas o grupo ainda não havia anunciado a intenção de lançar ações nos EUA. Agora, Abrate diz esperar uma nova onda favorável no mercado.
Ontem, os papéis da B2W - que prevalecerá após a fusão - tiveram salto de 7,69% na B3, fechando o dia a R$ 68,33. Já a Lojas Americanas teve queda de 5,17%, para R$ 21,46. Para a analista da MyCap, Juliana Monteiro, a combinação é positiva por trazer redução de custos e simplificação para o investidor, que passará a ter de acompanhar um único papel.
Porte
Em faturamento, as Lojas Americanas integram o grupo das dez maiores varejistas do País, de acordo com ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo, mas atrás de seus principais concorrentes: a Via (ex-Via Varejo) e o Magazine Luiza. "Estamos criando um negócio que já nasce com escala impressionante: R$ 40 bilhões em vendas e uma combinação importante de escala com rentabilidade, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) na casa de R$ 3,3 bilhões", diz Abrate, referindo-se ao balanço de 2020.
 

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