Santiago, Chile - Os países da América Latina vão registrar uma expansão média de 4,1%, insuficiente para compensar o impacto da queda do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado como consequência da pandemia do coronavírus, disse a Cepal nesta quinta-feira (29).
A nova estimativa melhora a de dezembro, de um crescimento de 3,7%, feita pela mesma Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), organismo técnico das Nações Unidas com sede em Santiago.
"A região encolheu 7,1% em 2020; vai crescer 4,1% este ano, mas não será suficiente para recuperar o nível de atividade pré-pandemia", disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, ao apresentar uma edição especial da revista da instituição intitulada "El Covid-19 y la crisis socioeconómica en América Latina y el Caribe" (A Covid-19 e a crise socioeconômica na América Latina e no Caribe).
A esperada recuperação, acrescentou Bárcena, ocorrerá no entanto em um contexto de muita "incerteza".
"O acesso desigual às vacinas, os processos de vacinação e a efetividade das mesmas que tampouco são garantidos nos abrem grandes incertezas para o futuro", explicou.
Adicionalmente, o processo de recuperação econômica da América Latina, a região mais afetada pela pandemia e também a mais prejudicada em termos econômicos e sociais, "pode ser assimétrica, divergente e gerar mais brechas".
O forte impacto da pandemia na região - que gerou a cifra inédita de 44 milhões de desocupados - "se deve a fatores estruturais de longa data que prefiguraram seu estilo disfuncional de desenvolvimento", segundo afirma Bárcena juntamente com Mario Cimoli, secretário-executivo da Cepal, em um dos artigos da revista.
Por isso, acrescentam os autores, a reativação econômica "deverá caminhar, lado a lado, com significativas reformas estruturais produtivas, fiscais e institucionais para avançar na configuração de um novo estilo de desenvolvimento inclusivo e sustentável".
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