O recrudescimento da pandemia da covid-19 afetou o mercado de trabalho brasileiro. Em março, a criação de empregos formais desacelerou e os pedidos de seguro-desemprego aumentaram, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia.
De acordo com o Caged, o Brasil criou 184.140 vagas com carteira assinada no mês passado. Foi o terceiro resultado mensal positivo seguido, porém, menor que os de janeiro e fevereiro, quando houve a criação de 257.768 e 395.166 vagas, respectivamente.
Março mostrou, ainda, um aumento das demissões, o que elevou a procura pelo seguro-desemprego. Depois de oito meses registrando cerca de 400 mil pedidos por mês, o governo recebeu 586.205 solicitações do benefício no mês passado. É o pior resultado desde junho de 2020, quando 653.175 trabalhadores recorreram ao seguro.
De acordo com especialistas, esse movimento é um reflexo do recrudescimento da pandemia de covid-19, que afetou o funcionamento de diversas atividades econômicas nas últimas semanas. “O saldo do Caged foi o menor desde meados do ano passado, porque o mês de março teve muitas restrições à circulação de pessoas e muitos estabelecimentos acabaram fechando. E o cenário para este mês de abril pode ser mais negativo, porque houve a continuidade dessas restrições, sem que houvesse nenhum benefício para as empresas”, avaliou o pesquisador da FGV Rodolpho Tobler.
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