Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a área agrícola no Distrito Federal cresceu 22,68% num período de 18 anos. Atuando na linha de frente de apoio aos cerca de 18 mil produtores rurais da região, a Emater-DF tem como uma de suas preocupações a melhoria das plantações por meio do uso de tecnologias e práticas sustentáveis.
O coordenador de Operações da Emater-DF, Pedro Ivo Braga, esclarece que são diversas as ações que podem ser desenvolvidas dentro das propriedades. “Não é preciso necessariamente ser um produtor orgânico ou agroecológico para ter uma agricultura sustentável. Você pode ter práticas como manejo de solo, conservação da água, por exemplo. Pode fazer uma análise de solo e, a partir disso, saber as quantidades corretas de insumos que vai usar para não sobrecarregar o solo. Tudo isso é uma prática agrícola sustentável, inclusive a conservação de áreas ambientais da propriedade como as nascentes”, explicou.
Uma das ações desenvolvidas pela Emater-DF envolve o uso de podas trituradas da cidade como cobertura de áreas de plantio. Braga explicou a importância da técnica, que reduz o surgimento de ervas daninhas e fertiliza o solo, além de dar destinação à matéria orgânica recolhida da área urbana.
“Nós temos uma parceria da Emater com a Novacap e a Secretaria de Agricultura. Brasília é uma cidade parque, uma cidade arborizada, na qual o custo e a quantidade de podas são muito grandes. Uma vez trituradas, essas podas podem ser utilizadas para cobertura e proteção de solos, diminuindo a transpiração. Também podem ser usadas como insumo para compostagem e para fazer compostos orgânicos”, detalhou.
Para ter acesso à poda, que é distribuída durante todo o ano aos produtores rurais da capital, os produtores devem procurar um dos 15 escritórios locais da Emater. “Nós viabilizamos a interlocução com a Novacap para que o produtor tenha acesso a essas podas”, explicou Braga.
Pedro Braga alertou os produtores que o procedimento deve ser realizado em períodos de seca, para evitar que a planta venha a ser prejudicada com a proliferação de fungos. “O ideal é realizar o procedimento no período de seca, para que a umidade não passe e não ajude a disseminação de doenças nas plantas. O mesmo vale para quem tem planta em casa: sempre tente fazer o manejo no período da seca”, aconselhou.
As práticas da agricultura sustentável incluem, ainda, formas de diminuir o uso de adubos químicos, técnicas que não comprometam a qualidade do ar, que não poluam o solo e a água, ações para reduzir o desmatamento das florestas e a preservação de matas.
Crise hídrica
Pedro Braga lembrou que, em 2016 e 2017, o Distrito Federal vivenciou uma crise hídrica que exigiu muito trabalho dos produtores rurais. A Emater auxiliou com medidas como a impermeabilização de canais de irrigação, que tradicionalmente são construídos em chão batido. “A estimativa de perda, na época, era de 50%. Com o revestimento dos canais, conseguimos economizar 50% da água. Somente com esse trabalho, a gente economizou uma quantidade de água que poderia suprir cidades como São Sebastião ou Águas Claras, com uma população de 100 a 150 mil habitantes”, explicou.
A Emater-DF prevê que até o final deste ano, o revestimento desses canais deve chegar a quase 50 km em extensão. Até o momento, são 35 km já construídos. Entre as principais obras, destacam-se os canais do Rodeador, localizado em Brazlândia, e o canal do Santos Dumont, em Planaltina.
O coordenador de operações da Emater-DF, também observa que são diversas as iniciativas que podem ser tomadas para o manejo sustentável da água dentro das propriedades. “É importante também fazer o uso de tecnologias mais econômicas, como o gotejamento”, aconselhou.
Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo
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