Economia mundial

Afetada pela pandemia, economia mundial vive recuperação lenta e mal-estar

2020 ficará marcado como um ano economicamente sombrio para muitos países, com grandes colapsos

Agência France-Presse
postado em 16/04/2021 19:40 / atualizado em 16/04/2021 19:41
 (crédito: Vladislav Klapin/Unsplash)
(crédito: Vladislav Klapin/Unsplash)

Mais bilionários e mais pobres. China e Estados Unidos ascendem, Europa caminha a passos lentos, países pobres sofrem, setor financeiro segue em alta, companhias aéreas sem turistas... Um panorama dos vencedores e perdedores da pandemia na esfera econômica.

A crise, uma lembrança distante? 

2020 ficará marcado como um ano economicamente sombrio para muitos países, com grandes colapsos.

A China já havia alcançado um crescimento positivo em 2020 (+ 2,3%), uma exceção.O bom momento continuou no primeiro trimestre de 2021, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 18,3%, nível recorde.

A China espera um crescimento de pelo menos 6% para todo o ano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que chegará a 8,4%.

Os Estados Unidos ainda não divulgaram o PIB do primeiro trimestre, já em contração de 3,5% em 2020, o pior resultado desde 1945.

No entanto, as taxas de desemprego são as mais baixas desde o início da crise em abril, as vendas no varejo estão mais fortes do que o esperado em março, a atividade industrial em Nova York atinge em abril seu auge em vários anos.

O novo governo de Joe Biden aprovou um grande plano de recuperação e vacinou incessantemente contra a covid. O crescimento pode chegar a 6,4% neste ano, segundo o FMI.

No nível empresarial, alguns setores se recuperaram ainda mais. Para os gigantes da tecnologia, a pandemia foi sinônimo de atividade frenética e lucros gigantescos.

Os bancos americanos mostram lucros claramente crescentes no primeiro trimestre.

As quantias de dinheiro disponibilizado para superar a crise levaram muitas vezes os mercados de ações a níveis nunca vistos por mais de 20 anos.

O Bitcoin atingiu 65 mil dólares e a bolsa de criptomoedas Coinbase esta semana conquistou uma entrada espetacular no mercado de ações, comparável à do Facebook em 2012.

O número de entradas na bolsa de valores aumentou no início de 2021 em todo o mundo, para 430, um nível sem precedentes em duas décadas.

Quando virão dias melhores? 

Pressionados por novas restrições e mais lentos em suas campanhas de vacinação, vários Estados europeus viram suas economias declinar no início de 2021.

Na França, a perda de atividade em relação a antes da crise da saúde foi de 4% em março e será de 7% em abril, considerou o banco central na segunda-feira, sem questionar sua previsão de um crescimento anual de 5,5%.

Itália (+ 4,5%) e Espanha (+ 6,5%) revisaram para baixo suas projeções de crescimento e a Alemanha mostra-se cautelosa (+ 3%).Na zona do euro, o crescimento seria de 4,4% neste ano.

De acordo com o FMI, os países em desenvolvimento e de baixa renda tendem a sofrer ainda mais, sem recursos e com vacinação limitada.

O horizonte também é sombrio para as companhias aéreas, afetadas pela falta de turistas.

Os efeitos da crise a longo prazo 

A crise ainda não produziu todos seus efeitos.

A FAO alerta que a pandemia reduziu o acesso ao mercado de trabalho e às terras agrícolas, causando perda de produção em algumas regiões.

O efeito final sobre o emprego ainda é desconhecido nos países onde os Estados mantiveram setores totalmente paralisados.

Grandes empresas como H&M, Danone, Nokia, Jaguar, Heineken, Siemens Energy, Commerzbank, Sanofi, Fedex e Michelin anunciaram milhares de cortes de empregos no início deste ano.

A pobreza está explodindo nos países mais carentes.

Por outro lado, o ranking anual da revista Forbes incluiu 660 novos bilionários pelo mundo, atingindo um total de 2.755, um nível recorde.


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação