O Brasil só deve alcançar os juros neutros, que hoje giram em torno de 6,5%, em 2022. Foi o que informou o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Fabio Kanczuk, nesta quinta-feira (8/4). Ele lembrou que, hoje, o BC projeta uma "normalização parcial" da taxa básica de juros (Selic) em 2021.
"Pelo que vejo agora, o que vamos fazer é uma normalização parcial da Selic", disse Kanczuk, ao ser questionado sobre o aumento da taxa básica de juros da economia brasileira em evento do banco norte-americano BNY Mellon.
Kanczuk explicou que, se o Comitê de Política Monetária (Copom) "aumentar a Selic sem parar até o juro neutro", o país teria uma inflação "muito baixa" no horizonte relevante para a política monetária, que será exclusivamente o ano de 2022 na próxima reunião do Copom. "Parece que é um aperto excessivo, então tenho que ir mais lentamente", comentou.
Ele concluiu, então, que a "normalização completa" da Selic "deve ser em 2022, não em 2021". Segundo o diretor, hoje o Banco Central trabalha com uma taxa de juros real neutra de 3%, o que levaria a taxa nominal a 6,5% se somada a uma inflação de 3,5%.
O diretor lembrou, no entanto, que as "coisas mudam" e que, consequentemente, o cenário básico do Copom também pode mudar. Por isso, disse que, apesar desses sinais, o Copom não pode se comprometer com nada. "Não estamos comprometidos com nada. A política monetária é livre e pode mudar de acordo com as circunstâncias", comentou.
Na última reunião, em março, o Copom elevou a taxa básica de juros (Selic) de 2% para 2,75% e indicou outra alta da mesma magnitude no próximo mês. O Comitê também afirmou que a Selic passaria por um processo de "normalização parcial" já que, apesar da alta da inflação exigir o aperto monetário, a economia ainda pede estímulos por conta da crise da covid-19. O mercado acredita, então, que a taxa básica de juros vai chegar a 5% em 2021 e avançar para 6% em 2022, de acordo com o Boletim Focus.
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