O presidente da BB Consórcio Fausto Ribeiro é o novo presidente do Banco do Brasil. O decreto que o nomeou foi publicado ontem à noite, numa edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Ele substitui André Brandão, que entrou em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro ao pôrem prática um programa de reestruturação na instituição — com redução de pontos de atendimento, fechamento de agências e diminuição de pessoal.
Ribeiro é funcionário de carreira do BB e, mesmo antes de assumir o cargo, já enfrentou problemas. Ontem, dois integrantes do Conselho de Administração do banco — o presidente do colegiado, Hélio Lima Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte — divulgaram uma carta em que classificavam o novo comandante da instituição como despreparado para o cargo, sob a justificativa de que não percorreu todas as etapas de funções gerenciais que seriam desejáveis para o posto.
Diante do mal-estar, Magalhães e Monforte renunciaram aos cargos ontem à noite. A saída dos dois passa a ter efeito a partir de hoje, e ocorreu após a sinalização do controlador, na última reunião do Conselho, de que eles não seriam reconduzidos às funções, na próxima assembleia — marcada para o dia 28 deste mês.
Desrespeito
Na carta em que comunicou a saída do cargo, Magalhães não poupou críticas às interferências do governo no BB e apontou “várias tentativas de desrespeito à governança corporativa”. Ele informou que, mesmo se o controlador sinalizasse que seria reconduzido ao cargo, não mudaria sua decisão.
Magalhães alegou que, quando assumiu a presidência do Conselho de Administração, tinha o compromisso de elevar o padrão de governança e melhorar a eficiência do banco. Contudo, percebeu que essas não são mais as prioridades do acionista controlador. No fim do documento, escreveu que deixa o BB com pesar, “mas convicto de ter tomado a decisão mais acertada no momento”.
O Conselho de Administração do BB é composto por oito conselheiros, sendo que cinco deles, incluindo o presidente e o vice-presidente, são indicados pelo Ministério da Economia. Os empregados têm direito de indicar um integrante, completando o quadro. Outros dois conselheiros independentes, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima, são escolhidos dos acionistas minoritários. Magalhães e Monforte eram os membros independentes indicados pelo controlador.
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