O Brasil começou o ano com 14,3 milhões de desempregados. Dados divulgados nesta quarta-feira (31/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explicam que a taxa de desemprego avançou de 13,9% no trimestre encerrado em dezembro para 14,2% no trimestre encerrado em janeiro.
De acordo com o IBGE, é a maior taxa de desemprego para um trimestre encerrado em janeiro desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Especialistas explicam que, apesar de ter reagido no início deste ano, a oferta de vagas de trabalho ainda não é suficiente para contemplar todos os brasileiros que perderam o emprego na pandemia de covid-19 e que, agora, estão voltando a procurar trabalho.
O IBGE confirmou que, apesar do aumento do desemprego, a população ocupada também cresceu no início deste ano e alcançou 86 milhões de trabalhadores. O aumento da população ocupada foi de 2% e se deve, sobretudo, à alta da informalidade, que bateu 39,7% em janeiro, já que muitos trabalhadores informais estavam recebendo o auxílio emergencial até dezembro e tiveram que retomar suas atividades no começo do ano para se sustentar diante do fim do benefício.
Desalentados
O aumento paralelo da ocupação e da desocupação acontece porque a população que está fora da força de trabalho vem caindo. Os dados do IBGE também mostram, contudo, que ainda há 76,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho. São 10,6 milhões de pessoas a mais que no mesmo período do ano passado, antes da pandemia da covid-19. E 5,9 milhões desses brasileiros admitem que não buscaram trabalho, mas gostariam de trabalhar. É o maior volume de desalentados de toda a série histórica da Pnad.
Por conta do recorde de desalentados, especialistas acreditam que, quando a pandemia e o mercado de trabalho permitirem, boa parte desse pessoal vai voltar a procurar emprego e, consequentemente, a pressionar a taxa de desemprego. Muitos analistas acreditam, então, que a taxa de desemprego vai continuar crescendo e pode ultrapassar os 15% neste ano, mesmo com os recordes da criação de vagas de trabalho formal apontadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.