Insatisfação de empresários começa a ser revelada
A carta assinada por cerca de 500 economistas, banqueiros e empresários exigindo ações efetivas do governo para combater o coronavírus é apenas o começo de um movimento que certamente ganhará corpo. Não é de hoje que a elite econômica lamenta, nos grupos de WhatsApp, a inoperância federal na área da saúde, mas os executivos sempre preferiram manter o anonimato para evitar perseguições dos bolsonaristas mais ferrenhos. Em grupo, o manifesto não apenas ganha amplitude como dificulta ataques direcionados a um único signatário. Não é apenas a péssima gestão na saúde que tem diminuído o apoio ao presidente. Na área econômica, provocaram arrepios no mercado financeiro as recorrentes interferências de Bolsonaro na Petrobras e no Banco do Brasil, além da incapacidade para destravar as reformas, especialmente a tributária e a administrativa. Toda a insatisfação que durante um bom tempo permaneceu oculta agora deverá ser escancarada pelos movimentos empresariais coletivos.
Pandemia interrompe recuperação do setor aéreo
As companhias aéreas esperavam uma forte retomada no início de 2021, mas o aumento de casos do coronavírus no país mudou completamente o quadro. Em fevereiro, a Azul transportou 26% menos passageiros do que em janeiro. A aproximação da baixa temporada explica parte da queda, mas a empresa admite que a pandemia é a principal vilã. Enquanto não houver vacinação em massa, o setor continuará a operar no vermelho. Agora, projeta-se alguma recuperação apenas no segundo semestre.
O belo exemplo da Ambev
Nos Estados Unidos, empresas como Microsoft e Starbuck’s lançaram uma série de ações de combate ao coronavírus. No Brasil, um belo exemplo vem da Ambev. A cervejaria decidiu converter parte da planta de Ribeirão Preto, em São Paulo, para a fabricação e envasamento de oxigênio hospitalar. Segundo a empresa, a unidade será capaz de fornecer oxigênio suficiente para 166 pessoas por dia, com entregas previstas para abril. A ideia é que os cilindros sejam doados para
UTIs de diversos estados.
A virada nas transmissões esportivas
A transmissão de grandes eventos esportivos passa por inédita mudança: saem de cena as emissoras tradicionais para dar vez a novas plataformas – redes sociais e streaming, principalmente. Há alguns dias, a Amazon pagou US$ 1 bilhão pela exclusividade de alguns jogos da NFL, a liga de futebol americano. Em breve, o grupo Disney lançará um novo canal, o Star+, com conteúdos e campeonatos da ESPN e Fox. No Brasil, os clubes já realizam transmissões próprias no YouTube.
» A alta de preços começa a assombrar os brasileiros. Segundo a Fundação Getulio Vargas, a expectativa de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses subiu 0,2 ponto percentual, para 5,5%. Trata-se do sétimo avanço seguido e do maior patamar desde novembro de 2018. A população de baixa renda é a mais afetada pela inflação.
» O aplicativo Replika, criado por uma startup da Califórnia, nos Estados Unidos, tornou-se uma febre na pandemia — os downloads triplicaram em um ano. Sua proposta é curiosa: o app usa inteligência artificial para interagir com o usuário e simular um amigo virtual disponível 24 horas por dia.
» As autoridades japonesas tomaram a difícil decisão de proibir turistas estrangeiros para a Olimpíada. Antes da pandemia, a expectativa era receber 600 mil visitantes internacionais. Com as restrições, os organizadores projetam um prejuízo de US$ 1 bilhão, o equivalente a 12% de todas as receitas previstas para o evento.
» A vacina contra o coronavírus é uma aliada vital para a retomada econômica. Nos Estados Unidos, as vendas no varejo cresceram 6,3% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo especialistas, o crescimento é resultado, sobretudo, da reativação das atividades comerciais, o que só foi possível após a imunização em massa.