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Amauri Segalla amaurisegalla@diariosassociados.com.br

“As pessoas estão desesperadas com a falta de solução para a pandemia. Elas têm medo de morrer, de perder o emprego, estão assustadas com as disputas políticas”

 

“O Brasil ficou muito doente”
O mundo corporativo gosta de transmitir a imagem de que tudo vai muito bem, mas, no dia a dia, a situação pode ser bem diferente. “Tenho um executivo afastado por depressão e outro em tratamento para o alcoolismo”, diz o presidente de uma grande consultoria. “As pessoas estão desesperadas com a falta de solução para a pandemia. Elas têm medo de morrer, de perder o emprego, estão assustadas com as disputas políticas. O Brasil ficou muito doente”. Ele relata que muitas companhias se tornaram fonte de infelicidade para os funcionários: “Conheço diretores que trabalham agora 17, 18 horas por dia, justamente porque temem possíveis cortes de vagas”. As redes sociais e as novas tecnologias pioraram o quadro. “Os profissionais estão disponíveis 24 horas por dia, dormem e acordam checando o WhatsApp”. Para entender melhor o cenário, sua consultoria está preparando um estudo sigiloso sobre a saúde mental dos executivos no topo da carreira. Os resultados preliminares preocupam.

 

Resultado do emprego anima setor produtivo
Enfim, uma excelente notícia para a economia brasileira: o país abriu 260 mil vagas formais de trabalho em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado surpreendeu — é o dobro das previsões feitas pela maioria dos analistas. Acima de tudo, os números da Caged mostram a força do setor produtivo. Apesar da pandemia e das imensas dificuldades trazidas por ela, a economia dá sinais de que está pronta para sair da UTI.

 

Raia Drogasil cede lojas para vacinas
A iniciativa privada começa a ajudar as autoridades a vacinar a população. Em São Paulo, a rede de farmácias Raia Drogasil inaugurou pontos de imunização contra o coronavírus em 17 de suas unidades. Se for bem-sucedida, a experiência será levada para outros municípios. A ajuda é mais do que bem-vinda. Nos Estados Unidos, a Starbucks cedeu suas lojas para as campanhas de imunização, o que ajudou o país a proteger mais pessoas em menos tempo. O problema é que, no Brasil, faltam vacinas.

 

Rapidinhas

• Depois de um cachorro ser morto pelo segurança de uma de suas lojas, em 2018, o Carrefour se comprometeu a ser referência na causa animal. Os resultados começam a aparecer. Em 2020, a rede patrocinou a doação de 31 mil quilos de ração e a realização de 4 mil castrações e 400 atendimentos veterinários em Osasco (SP).

 

• A rápida vacinação coloca a economia americana de volta aos eixos. No último fim de semana, 1,3 milhão de pessoas passou pelos aeroportos do país — é o maior número desde o início da pandemia. Para a companhia aérea United Airlines, o mês de março representará um marco: será o primeiro, desde o início de 2020, em que a empresa não perderá dinheiro.

 

• Um levantamento realizado pela Febraban/Ipespe concluiu que a maioria dos brasileiros só espera o retorno à normalidade, a partir de 2022. Outro recorte do estudo detectou o impressionante alcance da pandemia: 55% dos entrevistados têm algum amigo ou parente que foi infectado.

 

• A era da sustentabilidade veio para ficar. Nesta semana, a Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, informou que incluirá 10 furgões elétricos em sua frota para entregas. Segundo a empresa, eles têm autonomia para rodar 300 km e são carregados em duas horas. O projeto será ampliado nos próximos meses com a inclusão de caminhões elétricos.

 

O tombo do mercado de seguros de viagem
O mercado de seguros de viagem tomou um tombo com o avanço da pandemia do coronavírus no Brasil. Entre 2015 e 2019, o setor cresceu 163%, saltando de R$ 225 milhões para R$ 592 milhões em prêmios (jargão usado para definir o valor pago pelo segurado para a contratação do seguro). Em 2020, porém, os negócios caíram drasticamente, movimentando apenas R$ 242 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para especialistas, a recuperação completa ocorrerá apenas em 2022.

 

R$ 3,6 trilhões
é quanto projetos sustentáveis poderão captar no Brasil, nos próximos 20 anos, segundo relatório da Brazil Green Finance Programme, aliança entre os governos brasileiro e britânico para alavancar investimentos na área.

 

“Há sinais por toda a parte de que a economia brasileira está de novo decolando”
Paulo Guedes, ministro da Economia