A bioeconomia é um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos. O objetivo dela é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis. O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, em entrevista ao CB.Agro, parceria da TV Brasília com o Correio Braziliense, comentou sobre os desafios da sustentabilidade na produção industrial no Brasil.
Alexandre Alonso ressaltou que a bioeconomia utiliza recursos naturais e biológicos, de modo a evitar fontes não renováveis e fósseis. “É essencialmente uma forma de produção baseada no uso intensivo da ciência, tecnologia e da biotecnologia. Virtualmente, todos os produtos que hoje produzimos a partir de fontes não renováveis podem ser obtidos a partir de biomassa e de biodiversidade. Mas, para isso, a gente precisa, obviamente, de boas soluções tecnológicas, boas tecnologias e a princípio em termos técnicos isso é viável”, observou.
Ele acredita que o Brasil ocupa uma posição relevante em termos de bioeconomia. “A bioeconomia não é tão nova assim, mas ganhou impulso nos últimos anos. Eu diria que tem sido estimulada, por exemplo, por preocupações ambientais, a necessidade, por exemplo, de se diminuir as emissões de CO2 decorrente das atividades econômicas, de se preservar o meio ambiente ao mesmo tempo que a gente consegue produzir esses produtos. E para isso, o Brasil há muito tempo tem investido em um modelo de produção sustentável. Boa parte da bioeconomia, hoje, tem a agricultura como base”, sustentou o especialista.
O chefe-geral da Embrapa Agroenergia diz que a atividade industrial sustentável movimenta em torno de US$ 260 bilhões por ano. Isso, segundo ele, representa um volume bastante expressivo do Produto Interno Bruto (PIB). “E uma boa parte disso é contribuição dos setores do agro, a agricultura, setores de florestas plantadas, entre outras. E, para isso, o Brasil investiu, obviamente, por meio dos seus centros de pesquisa, como por exemplo a Embrapa, para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, de baixo carbono”, disse. “Eu diria que o Brasil está em uma posição muito interessante, por dois motivos: a bioeconomia com uma riquíssima biodiversidade e uma agricultura pujante e também sustentável”, concluiu.
*Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza