Se há alguém indiferente às dificuldades impostas pela pandemia, é o dragão da inflação. Segundo dados do Índice Nacional do Consumidor Amplo (IPCA), no mês de fevereiro, a inflação atingiu a maior alta desde 2016, com 0,86%.
Giovanna Wobeto é estudante e lamenta a escalada dos preços. “Parece um absurdo o valor dos produtos, toda vez que vou aos supermercados. São itens essenciais, principalmente na indústria dos alimentos. Acredito que a tendência é piorar cada vez mais”, teme.
Para Alesxandra Lima, empresária e publicitária em Valparaíso de Goiás (GO), além dos preços altos dos supermercados, os impostos são uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos brasileiros. “É desanimador, pois os preços são altíssimos. As compras essenciais, você faz um planejamento e o preço saí mais alto do que o esperado”, reclama.
Além disso, o aumento dos insumos é um dos fatores que impacta diretamente na vida daqueles que dependem do comércio local como principal fonte de renda. Jennyfer Martins trabalha em conjunto com a mãe em um sacolão de frutas, verduras e legumes, localizado no bairro de Jardim Ingá, em Luziania.
As autônomas lamentam que com o período de crise e o aumento dos preços, a conquista dos clientes tem se tornado ainda mais difícil.
“Manter o comércio em funcionamento é uma atividade muito complicada, ainda mais em meio a pandemia. Quase não temos lucro, pois fazer com que os clientes venham até nós é mais uma dificuldade, e a cada dia que passa, os materiais de trabalho ficam caros”, cita.
Proprietária de uma loja de carnes, Delma Roriz, acredita que o aumento no preço dos insumos ocasionou uma série de mudanças que impacta diretamente nos hábitos de consumo do estabelecimento. “Observamos, nos últimos tempos, que as vendas caíram em torno de 30%, e os consumidores também diminuíram as compras. Agora com os aumentos dos preços a nossa situação ficou ainda mais complicada e nossas despesas, infelizmente, se mantêm”, lamentou.
*Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza