O ano de 2019, pré-pandemia, mostrou um Brasil marcado pela diferença de gênero, aponta o estudo "Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil" divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O levantamento mostrou que as mulheres dedicam cerca de 21 horas por semana a tarefas domésticas, enquanto os homens passam uma média de 11 horas semanais ocupados com essas atividades.
Filhos também impactam mais na ocupação de vida das brasileiras. A pesquisa mostrou que para aquelas que possuem filhos com até 3 anos de idade o nível de ocupação é de 54,6%, enquanto o dos homens é de 89,2%. Em lares sem crianças, esse nível é de 67,2% para elas e de 83,4% para eles.
Os resultados se agravaram ainda mais durante a pandemia do novo coronavírus, já que a jornada em casa e o trabalho home office escancaram a desigualdade na divisão do trabalho doméstico.
Mais instrução, menos emprego
A pesquisa ainda indicou que as mulheres possuem mais instrução que o gênero masculino. Elas foram maioria (19,4%) no quesito nível superior completo, enquanto os homens somam 15,1% dessa proporção. Na população mais jovem, com idade entre 25 a 34 anos, 25,1% das mulheres possuíam nível superior completo, contra 18,3% dos homens.
O resultado, portanto, não influencia positivamente nos cargos ocupados ou no salário pago a elas. De acordo com o IBGE, as mulheres, em 2019, ocupavam apenas 37,4% dos cargos gerenciais e tiveram um rendimento anual de R$ 1.985, enquanto os homens tiveram rendimento de R$ 2.555. Além disso, elas ocupam menos cargos docentes no ensino superior; 46,8% dos cargos de professores para o nível superior são ocupados por mulheres.
Menos representatividade feminina nos cargos públicos
Em 2020, as mulheres eram apenas duas entre os 22 ministros. Entre os vereadores eleitos, apenas 16% eram mulheres. Com apenas 14,8% das mulheres como deputadas federais, o resultado deixa o país com a pior proporção para o cargo na América Latina.
*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro