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Banco do Brasil: conselheiros defendem permanência de André Brandão

Para os conselheiros do BB, Brandão não deve ser substituído, como cogitam o Planalto e o próprio Executivo, pois apresenta uma "gestão de excelência"

O Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB) saiu em defesa da permanência de André Brandão na presidência do BB. A avaliação é que o executivo vem conduzindo uma "gestão de excelência" e, por isso, não deve deixar o cargo que assumiu há apenas cinco meses. Brandão, no entanto, já colocou o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro, que está avaliando nomes para trocar a presidência do BB.

A manifestação contrária à "possível e surpreendente substituição do presidente do Banco do Brasil ainda no início de seu mandato" consta na ata da última reunião do Conselho de Administração do BB, realizada no início desta semana. E explica que André Brandão, além de bem avaliado como um executivo experiente no mercado financeiro, tem conduzido o Banco do Brasil com "alta performance" e "no melhor interesse" da companhia.

"Na presente reunião, foi realizado processo de avaliação semestral de desempenho da Diretoria Executiva, conforme previsão regulamentar, estatutária e regimental, tendo sido o Sr. André Guilherme Brandão avaliado por este Conselho como executivo de reconhecida experiência, com mais de 20 anos como administrador de grandes instituições financeiras, elevada competência técnica e inquestionável reputação ilibada. Em apenas cinco meses de mandato, evidenciou sua capacidade de liderar a organização para além dos desafios que se impõem à competitiva indústria financeira, no melhor interesse da Companhia e de seus stakeholders, tendo demonstrado alta performance na implementação da Estratégia Corporativa aprovada por este Conselho para o quinquênio 2021/2025", afirma o documento.

A manifestação defende, então, a "continuidade da gestão de excelência que vem sendo realizada pelo atual presidente do BB, em conjunto com toda Diretoria Executiva e seus mais de 90 mil funcionários, ao tempo em que lamentam qualquer possibilidade de que referidas especulações venham a se concretizar". E pede que, caso ainda assim seja feita a troca de Brandão, "por qualquer razão alheia às atribuições deste Conselho", que seja escolhido um substituto que "esteja à altura de seu notável perfil técnico e profissional, aptidões essenciais para se liderar uma instituição com o porte e complexidade do Banco do Brasil".

Conselho

A defesa de Brandão foi assinada por quatro dos oito conselheiros do Banco do Brasil. Assinam a manifestação o presidente do Conselho, Hélio Magalhães; os conselheiros indicados pelos acionistas minoritários do BB, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima; e um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia, José Guimarães Monforte. O conselheiro Fabio Augusto Cantizani Barbosa, indicado pelo governo, e a conselheira Débora Cristina Fonseca, representante dos funcionários do BB, não assinam o documento porque não participaram da reunião do CA.

Entre os conselheiros presentes na elaboração da manifestação, só não assinam o documento, portanto, o próprio Brandão e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Como mostrou o Correio, Brandão e Waldery também não assinaram o comunicado do Conselho de Administração que garantiu a manutenção do plano de reestruturação do BB, o que irritou o Palácio do Planalto e deflagrou a crise entre Bolsonaro e Brandão, no início deste ano. Afinal, tanto Brandão quanto Waldery já foram ameaçados com um "cartão vermelho" pelo presidente da República.

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