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Retomar auxílio sem contrapartida fiscal será prejudicial, diz Economia

Para a pasta, medida pode elevar a inflação, os juros e o desemprego, reduzindo a atividade econômica

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia disse que a volta do auxílio emergencial pode ser prejudicial para a economia brasileira se não for acompanhado de medidas de controle fiscal. A avaliação foi publicada nesta terça-feira (2/3), enquanto parlamentares discutem a desidratação da PEC Emergencial para tentar acelerar a volta do auxílio emergencial.

"Prorrogar o Auxílio Emergencial, sem conciliar com o processo de consolidação fiscal, tem o potencial de deteriorar a trajetória inflacionária, reduzir a atividade econômica e aumentar o desemprego. Como a inflação e o desemprego afetam desproporcionalmente mais a população carente, o auxílio emergencial pode acabar por prejudicar justamente as pessoas que se queria ajudar", diz o estudo da SPE, divulgado nas redes sociais pelo secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.

O documento argumenta ainda que "apesar do auxílio emergencial aumentar o consumo corrente e, por conseguinte, o bem-estar das famílias beneficiadas no curto prazo, há deterioração da economia no médio prazo, quais sejam, aumentos na taxa de juros, dívida pública e inflação. Com isso, há retrações no investimento, no consumo e no Produto Interno Bruto (PIB). Desta forma, o ganho de consumo presente é mais do que compensado pela perda de consumo futuro".

"Enjaular a besta"

Por conta desse entendimento, a SPE diz que a "a prorrogação do auxílio emergencial, [...], deve ser novamente acompanhado de um sinal da responsabilidade fiscal". Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que "seria caótico para o Brasil, teria um efeito muito ruim para o Brasil" retomar o auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais. O ministro disse, então, que é preciso "enjaular a besta" dos gastos públicos.

A Secretaria de Política Econômica, porém, não cita diretamente a PEC Emergencial, que condicionava a volta do auxílio emergencial a gatilhos de ajuste fiscal, como o congelamento do salário dos servidores. A proposta vem sendo desidratada pelo Congresso Nacional, que quer aprovar logo a volta do benefício aos mais vulneráveis, mas prefere discutir com calma as medias de corte de gastos defendidas pela equipe econômica.

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