O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer nesta terça-feira (30/3) que a economia brasileira estava se recuperando de forma vigorosa até ser atingida pela segunda onda da pandemia. Ele destacou, no entanto, que agora é preciso avançar com a vacinação contra a covid-19 para garantir que "o baque, desta vez, seja menos profundo do que foi o baque em abril do ano passado".
Guedes falou sobre o impacto econômico da segunda onda da doença na apresentação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou a criação recorde de 401 mil vagas de trabalho formal em fevereiro deste ano. Ele disse que o dado mostra, "mais uma vez, o vigor da economia brasileira surpreendendo as expectativas". Porém, admitiu que, hoje, o Brasil está enfrentando uma "cauda particularmente feroz e agressiva" da pandemia. Por isso, reforçou que o foco agora deve ser a vacinação em massa contra a covid-19.
"Nós temos que admitir que a economia do ponto de vista do mercado formal de trabalho está se recuperando em altíssima velocidade. São 400 mil novos empregos, um recorde para o mês de fevereiro, que indica que estamos no caminho certo do ponto de vista da recuperação da atividade econômica. Nosso foco, agora, tem que ser a vacinação em massa, justamente para a proteção dos quase 40 milhões de brasileiros do mercado informal, principalmente", afirmou Guedes.
O ministro explicou que a vacinação dos trabalhadores informais é necessária "para que os 40 milhões de invisíveis não fiquem nessa escolha cruel de sair de casa e ser abatido pelo vírus ou ficar em casa e ser abatido pela fome".
1 milhão de vacinados por dia
Segundo Guedes, a vacinação contra a covid-19 é essencial para garantir que a segunda onda da pandemia não terá um efeito tão danoso quanto o do ano passado na atividade econômica. "O ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) anunciou que, a partir de abril, serão 1 milhão de vacinas por dia. Já temos 15 milhões de vacinados. Em 30 dias, serão 45 milhões. A população idosa estará praticamente toda vacinada, o que significa que deve cair vertiginosamente a taxa de óbitos. Poderemos, então, pensar no retorno seguro ao trabalho, para que o baque desta vez seja menos profundo do que foi o baque em abril do ano passado, e para que seja bem mais curto", calculou.
O ministro garantiu, então, que "a missão do governo é a vacinação em massa, que vai proporcionar o retorno seguro ao trabalho, principalmente desses mais vulneráveis, seja do mercado informal, seja dos mais idosos". E lembrou que, para além disso, o governo vem trabalhando na reedição de programas que se mostraram efetivos no combate à crise econômica da covid-19 no ano passado, como o auxílio emergencial e o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
Guedes, no entanto, não deu prazo para a volta do BEm, que vem sendo cobrada pelos empresários, porque o financiamento do programa está dependendo do ajuste do Orçamento deste ano, que já saiu do Congresso desatualizado e, por isso, terá que ser consertado para ser cumprido.
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