A Petrobras anunciou, ontem, a redução dos preços dos combustíveis a partir de hoje. O valor médio da gasolina nas refinarias da estatal será de R$ 2,59 por litro, após redução de R$ 0,11 por litro, uma queda de 3,7% em relação ao anterior, de R$ 2,69. O preço médio do diesel será de R$ 2,75 por litro, após o mesmo corte, de R$ 0,11 por litro, redução de 3,8% ante o valor vigente até ontem, de R$ 2,86.
Em nota, a Petrobras justificou que “os seus preços e suas variações para mais ou para menos, associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis, informou a companhia.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 14 de março a 20 de março de 2021, a composição do preço da gasolina era a seguinte: 36,1% para a Petrobras; 10,4% de margem das distribuidoras e revenda; 14,7% de etanol anidro; 26,3% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); 12,1% de Cide e PIS/Cofins. No diesel, a participação da Petrobras sobe para 57,7%; 14,6% são das distribuidoras e postos; 14,6%, de ICMS; 13,7% de biodiesel; e 0,4% de PIS/Cofins
O anúncio da Petrobras segue a queda do preço do petróleo nos últimos dias. A commodity chegou a perder 6% do valor na terça-feira por conta de novas restrições para tentar conter a covid-19, especialmente na Europa. Isso ampliou as dúvidas sobre o ritmo de retomada da demanda global. Ontem, no entanto, o petróleo ensaiou uma recuperação, após a divulgação do estoque nos Estados Unidos, abaixo do esperado. O barril do Brent subiu 0,16%, mas os dados futuros da commodity são de alta de 5,66%.
A Petrobras segue a cotação internacional do petróleo para definir os preços dos combustíveis, política criticada pelo presidente Jair Bolsonaro e que motivou a troca no comando da estatal, de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna. Para Marlon Maues, assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a avaliação é positiva, apesar da discussão sobre atrelar os preços ao petróleo se manter. “Qualquer queda é muito bem-vinda. O que questionamos é se isso vai refletir no posto. Quando é aumento, sobe imediatamente na bomba, mas quando é queda, as revendas fazem de conta que não ocorreu e incorporam na sua margem de lucro.
A expectativa da CNTA, com a mudança de gestor na Petrobras, é de que Luna repita na estatal a boa administração que fez na Itaipu Binacional. “Na usina ele fez um ótimo trabalho, isso vai se refletir também na Petrobras, que, até então, era uma caixa preta. A própria aprovação pelo Conselho, já representa um movimento de que o gestor quer mudar algo, em direção de apaziguar a questão do combustível”, opinou Maues.
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